As mulheres negras, por
exemplo, sofrem não apenas com o racismo e o machismo, mas também podem ser
alvo de homofobia, caso sejam homossexuais. São as intersecções da dominação capitalista.
Mas há quem considere o
conceito uma invenção pós-moderna que tenta isolar a luta contra as opressões do
combate à exploração de classe.
No artigo “Uma agenda marxista para a interseccionalidade”, publicado
no blog Junho, Sharon Smith mostra que trata-se de um equívoco. A ideia surgiu do
feminismo negro. Em especial, nos Estados Unidos.
Já no século 19, as
feministas negras estadunidenses procuravam mostrar que a exploração de classe atravessa
a luta feminista, diferenciando sua situação daquela vivida pelas mulheres
brancas.
Sharon também destaca a
importância de Claudia Jones e Angela Davis, que “desenvolveram o conceito de
opressão da mulher negra como algo que encadeava as experiências de raça,
gênero e classe”.
Para ilustrar como a
interseccionalidade pode ser combativa, ela cita documento do “Coletivo do Rio
Combahee”, grupo de feministas negras e lésbicas sediado em Boston e atuante
nas décadas de 1960 e 1970.
...não estamos convencidas de que
uma revolução socialista que não seja uma revolução feminista e antirracista
irá garantir nossa libertação. Ainda que tenhamos um acordo essencial com a
teoria de Marx conforme ela foi pensada para as relações econômicas específicas
que ele analisara, nós sabemos que sua análise deve ser ampliada para que
consigamos entender a nossa situação econômica específica enquanto mulheres
negras.
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