Segundo o bilionário
mexicano, pela primeira vez na história “o número de empregos criados será
menor do que o de extintos”. Resultado dos progressos na automação do trabalho,
incluindo forte avanço em inteligência artificial.
Não seria problema,
caso esse desparecimento de empregos implicasse a substituição da imensa
maioria das ocupações cansativas, perigosas, insalubres e aborrecidas por
atividades prazerosas e carregadas de sentido. Ou ainda uma diminuição radical
da jornada de trabalho, sem redução salarial. Mas o resultado muito provável
será mais desemprego. Pobreza, idem
Lideranças do grande
capital como Bill Gates, Mark Zuckerberg e Bill Clinton defendem a adoção de
uma renda básica universal para diminuir os efeitos do desaparecimento de
ocupações. Querem salvar o capitalismo, mas dificilmente contarão com a
concordância da imensa maioria dos grandes capitais, cuja fome por lucros é
insaciável.
O mesmo Pedro Dória, em
texto anterior, de 16/06, observou que a última vez em que ocorreu um abalo
parecido no mundo da produção “foi no início do século XX”. Naquele momento,
teria havido uma desorganização tão grande na estrutura do trabalho “que do
caos nasceram os movimentos fascista e comunista. Já está com cheiro de que
pode acontecer de novo”.
Só faltou dizer que
fascistas e comunistas olham para direções opostas. Os segundos podem estar
desorientados, mas os primeiros apostam todas as suas certezas no caminhos que
levam ao abismo.
Leia também: Robotização e mal-estar social
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