É
o que discute, por exemplo, A PM que mata e a PM que morre.
Esta
pílula de 2015 utiliza números daquele ano sobre a polícia paulista. Os dados sugerem
que é falsa a ideia de que a alta taxa de mortes de policiais resulta de enfrentamentos
com bandidos.
Ao
contrário, na grande maioria das vezes em que a PM mata, suas vítimas estão
dominadas. E muitas das mortes de PMs também resultam de execuções. Parece haver
uma espécie de divisão macabra de tarefas.
De
um lado, os policiais encarregados de executar criminosos, muitas vezes meros
suspeitos. De outro, aqueles abandonados à própria sorte, quando surpreendidos ou
emboscados por bandidos. O fato de que alguns dos executados possam ser também executores
não ameniza a selvageria da situação.
“Em
comum entre os que morrem e os que matam, salários baixos e origem pobre”,
dizia a pílula. Enquanto isso, para a alta hierarquia policial e governamental,
“só importa que os mortos, civis ou militares, continuem a ser os mais pobres e
pretos”.
Não
há razões para acreditar que esta situação se restrinja a São Paulo ou tenha
mudado nos últimos anos. A lógica militarista assassina das PMs continua forte e
generalizada.
A
esquerda e os setores populares devem continuar denunciando a repressão
policial, mas para realmente enfrentá-la, é preciso compreender seu caráter de classe
também no interior dos aparelhos policiais.
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Interessante a observação de que os que mandam matar são da alta hierarquia da polícia, os executores são da camada mais próxima da alta hierarquia, ou seja, sua parcela de confiança, e os pobres ficam abandonados à sua própria sorte em qualquer canto dos subúrbios onde se tornam um alvo mais fácil.
ResponderExcluirNão sei se os executores são de uma "camada" mais próxima da alta hierarquia. Talvez seja uma parcela da camada geral da soldadesca rasa disposta a integrar as tropas de execução. Mas, enfim, falta mais clareza sobre a situação exatamente pela falta de interesse das forças críticas às ações letais da polícia.
ExcluirValeu!