Em 8 de julho, Kerensky assumiu como
primeiro-ministro do governo provisório e nomeou o General Kornilov seu comandante-em-chefe.
Imediatamente, Kornilov propôs a
volta dos fuzilamentos de soldados desertores. A proposta lhe valeu grande simpatia
dos conservadores.
Em uma Conferência do Comércio e
Indústria, empresários manifestaram a necessidade de entregar poderes
ditatoriais a alguém que salvasse “a pátria” do caos.
“Tomem o poder”, disseram as ruas aos
sovietes. Eles se recusaram e, agora, estavam sangrando com o poder que lhes
restou.
No dia 19 de julho, Kornilov exigiu
total independência operacional, prestando contas apenas "a sua
consciência e ao povo". Kerensky começou a entender que criara um monstro.
Os dias de julho feriram os
bolcheviques. Mas as feridas não eram profundas, nem permanentes.
Mesmo ressentidos com os
bolcheviques, os membros dos sovietes distritais ainda os consideravam seus
camaradas.
Em Kronstadt, 15 mil trabalhadores,
soldados e marinheiros protestaram contra a prisão das lideranças bolcheviques.
Em abril, os bolcheviques eram 80
mil, em 78 organizações locais. Passada a crise de julho, chegaram a 200 mil, em
162 organizações. Em comparação, os mencheviques eram apenas 8 mil.
Em agosto, ocorreram eleições
municipais em Petrogrado. Surpreendentemente, os bolcheviques ficaram em
segundo lugar, com 184 mil votos.
Dias depois, Kerensky demitiu
Kornilov. Mas ele simplesmente se recusou a sair. Era o golpe a caminho.
Felizmente, Kornilov seria derrotado.
Os maiores responsáveis seriam os bolcheviques. Mas não seus líderes principais,
todos presos ou banidos.
Vinda de baixo, a mesma força que esmagou
Kornilov preparava a vitória de outubro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário