No
mesmo dia, o site de imóveis para turistas Airbnb cancelou contas de usuários
identificados como racistas. Depois, o serviço de hospedagem GoDaddy suspendeu
a hospedagem de sites de “supremacistas brancos”. A Google tomou decisões parecidas
em relação a seu “blogger”, assim como a WordPress.
O
PayPal também suspendeu seus serviços para quem o utilizasse em favor de causas
fascistas. O Twitter fechou algumas contas e a Uber felicitou publicamente uma
motorista que teria expulsado racistas de seu carro. A Apple bloqueou seu gerenciador
de pagamentos para venda de material neonazista.
Até
o Facebook, sempre tão tímido em casos semelhantes, impediu que alguns links
racistas com notícias falsas se espalhassem.
As
informações acima estão na coluna de Pedro Dória, publicada no Globo em 17/08. O
jornalista avalia que este novíssimo setor do capital “entrou em franca
campanha para mudar sua imagem”.
Realmente,
não faltam problemas para a turma do “Vale do Silício”. “Uberização”, por
exemplo, se tornou sinônimo de precarização trabalhista. E o Airbnb anda
agravando o déficit habitacional em vários destinos turísticos pelo mundo.
Mas a maior ameaça venha do papel que estes gigantescos monopólios
recém-nascidos começam a se atribuir. Que tal se passassem a definir o que é
condenável em ambientes públicos controlados por eles próprios, segundo uma lógica totalmente
privada?
Hoje,
o alvo são alguns fascistas cujo conservadorismo explícito “pega muito mal”. Em breve,
pode ser a esquerda, de forma mais generalizada e sutil. Para que as classes dominantes
precisariam de uma obsoleta censura estatal numa situação dessa?
Leia
também: A
economia política da “pós-verdade” (2)
Acho que é muito provável que já estejam fazendo alguma coisa contra quem prejudica seus planos e vai contra seu modo de pensar, e do modo que falou, sutil. A coleta de dados de cada usuário conectado já não é mais “teoria da conspiração”. Fiz uma visita online em cemitérios na internet, no outro dia me ligaram em casa oferecendo um túmulo. Nem foi necessário preencher cadastros, ou coisa parecida. Acredito que não façam a principio uma expulsão da esquerda da internet, mas creio mais numa sedução à direita, a inércia, a confusão e a distração, feita por marketing específico para cada um, baseado claro no perfil feito de nós pelas informações coletadas. Propagandas certeiras, interessantes, cativantes para fazer pensar em consumir ou só perder tempo, vídeos de gatinhos, piadas, garotas, certeiramente selecionados para sua distração. Discursos, políticos, pensamentos certeiramente selecionados para ou desanimar ou seduzir a outros pensamentos. Bolhas sociais, a fim de se fazer crer que tudo está como deseja. A venda das facilidades dos aplicativos para que faça tudo sem sair do seu sofá. Mas, vejo isso como um jeito cada vez mais expandido de enfraquecimento e desmobilização.
ResponderExcluirNo que cabe a repressão dos indivíduos radicais pode ser a velha detenção, mas auxiliada pelos recursos biométricos e monitoramentos espalhados pela cidade e com integração a inteligência artificial. Como exemplo, num futuro fictício, um garoto(a) que pensa em quebrar uma vidraça num protesto, poderia já ser previamente marcado como possível agressor, através de um dispositivo EQ-Rádio. Sensor que detecta emoções através de ondas rádio, algo que funciona semelhante a um polígrafo. E se estiver usando máscara, talvez exista um dispositivo de radar utilizado pela segurança, que se utilize do reconhecimento por som em par com a biometria facial, e faça a identificação do garoto(a). E assim, transmita a notificação do garoto(a) e sua provável intenção aos demais pontos de segurança na localidade. Se não usar máscara, o uniforme dos seguranças já faz a biometria e transmite o alerta à diante sem que seu usuário perceba. Depois do fato ocorrido, já em fuga, e caracterizado o delito, o garoto(a) passa a ter sua localização transmitida pelas câmeras de monitoramento e biometria espalhadas na cidade, em postes, estações, ônibus, empresas, quadras, mercados, etc.
Se for possível ter acesso ao GPS de seu celular, som, imagens e localização serão transmitidas ao vivo. Ao chegar a casa, o garoto(a) liga sua TV com sensor biométrico de imagem e movimento, e eis que recebe a sua porta a visita da lei.
Claro, isso nem chega a ser uma teoria da conspiração é uma ficção mesmo, e tais dispositivos não existem ainda.
Não acho que seja ficção, não. Tecnologia já existe. Só não acredito em teoria da conspiração porque são muitos interesses contraditórios e de mercado para caber em uma conspiração. Seriam várias conspirações, talvez. E muitas delas não se combinam entre si. Por exemplo, os setores que apoiam Trump e a turma do Vale do Silício. Ou os republicanos e a indústria de entretenimento. Por aí, vai. Mas tudo o que você falou aí, faz muito sentido e certamente caminham juntas.
ResponderExcluirValeu!
Claro que não é ficção mano, estava ironizando. Acho que não fui feliz.
ResponderExcluirMas nem tudo que coloquei está em uso ou sei se já existe. Talvez na próxima semana.
O EQ-Rádio eu vi é usado em robôs para melhorar a relação com humanos, e apenas imaginei outro uso. A ecolocalização para ver além das máscaras já vi um projeto, atrelado a armas não letais, mas não encontrei mais o link disso, então fica no possível também. É claro que se for possível desenvolver um escaner para ler chips e cartões magnéticos a curta distância dá quase na mesma, mas fica no possível também. Vale lembrar que existem experiências do uso das ondas de rádio dos Wifi caseiros para saber a localização das pessoas dentro da casa.
Já os convênios de governos com demais comércios para anexar suas câmeras a vigilância parece estar sendo buscado. A biometria em transporte público está sendo testada e implantada. Os uniformes que vigiam sozinhos já é uma realidade, a cidade monitorada ainda não, talvez no fim do ano.
Essa cidade toda vigiada já foi tida como teoria da conspiração por algumas pessoas com quem conversava, quando não era ficção. Por que o uso dessas tecnologias são para comodidade e segurança da população. Teoria e Conspiração, as duas coisas existem. Mas quando combinadas servem as vezes para designar ideias de pessoas que mais parecem torcer para que a uma coisa seja pior e mais complexa do que realmente alertar e entender. Mas o termo também é muito utilizado como pedra sobre um assunto, quando uma pessoa diverge sobre os possíveis interesses ocultos de algo e não quer perder tempo pensando nisso. Eu coloquei só para lembrar que nem tudo que é colocado sobe esse termo é realmente ilusão.