A violência envolvida
nas revoluções transformadoras é outro fenômeno histórico capaz de diminuir
radicalmente as desigualdades sociais, afirma Walter Scheidel, em seu livro “A
Grande Niveladora”.
Mas essas rupturas
radicais estariam restritas à modernidade. Mais especificamente, ao século 20 e
às revoluções Russa e Chinesa. Segundo o historiador, ambas levaram a uma redução
das desigualdades mais parecida com um “achatamento social”.
Um nivelamento por
baixo, em que as necessidades mais básicas foram atendidas, mas ficaram muito
distante da elevação generalizada do bem-estar imaginada pelos líderes dessas
revoluções e dos socialistas em geral.
Tanto num caso como no
outro, medidas adotadas de cima para baixo, forçaram uma coletivização da
economia nacional que custou milhões de vidas e inviabilizaram a democratização
da produção e da política.
Mas essas medidas somente
foram adotadas em resposta aos ataques e pressões imperialistas, que sufocaram
as duas tentativas até matar sua origem revolucionária.
O capitalismo jamais
deixou de imperar nas duas sociedades. Nem a União Soviética nem a República
Popular da China conseguiram superar o principal instrumento de exploração
capitalista, o trabalho assalariado.
Para que o nivelamento
social se transformasse em verdadeira justiça social seria preciso que
revoluções socialistas ocorressem também nas economias mais industrializadas.
Seria a revolução
permanente defendida por Trotsky, cujo caráter violento diminuiria conforme as
burguesias nacionais fossem derrubadas.
A violência que acabou
imperando nas duas experiências foi produto de uma regressão capitalista
imposta por fora e assumida por dentro, não da implantação do socialismo.
Trata-se de novas
vitórias da barbárie capitalista a nos obrigar, cada vez mais, e de novo, a
escolher entre ela e o socialismo.
Continua...
Leia também: O
nivelamento social precedido pela barbárie
Bom. Bom retorno.
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