O capitalismo depende
cada vez mais de velocidade. Mas essa rapidez é fundamental em uma situação
específica. Na circulação de mercadorias.
Com a crescente
utilização da automação nas atividades produtivas, os lucros de quem a utiliza são
enormes. Mas a taxa de lucro, não.
A automação leva ao
descarte de trabalho humano. Mas é dele que o capitalismo extrai o excedente
que possibilita o lucro.
Máquinas são trabalho
morto. Não geram valor novo. O lucro resultante delas vem do valor produzido
por seus produtores: alguns poucos técnicos e engenheiros.
Unitariamente, os
produtos ficam mais baratos. Mas por incorporarem menos trabalho humano, geram
uma taxa de lucro menor. É a chamada queda tendencial da taxa de lucro,
descoberta por Marx.
A competição capitalista
não permite paradas. Os grandes monopólios aceleram a velocidade de toda a
economia. Tentam aumentar a taxa de lucro com um consumo mais veloz.
É principalmente isso que
leva as mercadorias de tecnologia de ponta a serem menos duráveis. Não é sua falta
de resistência física, mas sua...lentidão.
Algumas mercadorias se
tornaram estratégicas porque diminuem o intervalo entre aquisição e pagamento.
A principal função dos celulares não é agilizar a comunicação entre pessoas,
mas entre mercadorias.
Por isso, a informação
passou a ser valiosa apenas quando circula rapidamente. Se ela expressa alguma
relação com fatos, pouco importa. Importam os cliques, retuítes, likes,
zapeadas.
É assim que chegamos à era
da circulação de mercadorias na velocidade da luz. Na velocidade das fibras
óticas.
É nesse contexto que surge
a tecnologia 5G. Com ela, outro traço do capitalismo se acentua. O fetichismo
da mercadoria.
Continua...
Leia também:
Borboletas,
caos e capitalismo
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