Tornou-se comum nas
editorias de tecnologia da grande imprensa um otimismo que pode ser resumido no
seguinte esquema:
Já era: automóveis e utilitários
movidos a combustível fóssil. Já é: automóveis elétricos. Já vem: automóveis e
utilitários movidos a eletricidade.
Mas não é o que mostra,
por exemplo, o artigo de Alex Callinicos “Apostando na perda infinita”, infelizmente sem tradução do inglês.
Nos últimos dez anos, a
cadeia de suprimento de combustíveis fósseis foi completamente financeirizada através
de fundos de investimento, muito menos regulamentados que os bancos
convencionais.
Em 2014, 52 desses fundos
captaram US$ 39 bilhões para investimentos no setor de petróleo e energia. Um
volume 20% maior que no ano anterior e o mais alto desde 2008.
Além disso, as empresas
de petróleo e gás criaram seus próprios bancos e fundos de investimento. Desse
modo, podem acessar dinheiro com os privilégios concedidos aos bancos.
A poderosa empresa de
energia francesa EDF adquiriu o setor do falido banco Lehman Brothers durante a
crise financeira e registrou um aumento de 60% em suas receitas desde 2008.
Tudo isso mostra que o capital
continua investindo pesadamente em combustíveis fósseis. Donald Trump não foi
eleito apenas graças a fake news e ressentimento.
Não à toa, estudos apontam
que, de 1870 a 2014, um quarto de todas as emissões de CO2 ocorreu
nos últimos quinze anos desse período.
Para completar, temos a introdução
de um perigoso elemento especulativo na cadeia produtiva de petróleo, gás,
carvão e urânio.
Portanto...
Já era: acreditar em capitalismo
verde. Já é: mais emissões de CO2. Já vem: bolha financeira fóssil,
crise climática e caos social.
Um empreendedorismo que lucra às custas de muita produção de gases estufa e desprezo à natureza e à humanidade.
ResponderExcluirResta saber até onde e quando o capitalismo financeiro fóssil vai sobreviver ao colapso criado pelo próprio.
Abraços!
Verdade, Salete
ExcluirBeijos