Doses maiores

26 de setembro de 2019

Luta feminista e reprodução social

A luta das mulheres pelos direitos reprodutivos não deveria ser somente sobre não ter filhos, mas também sobre dar-lhes a luz e criá-los com dignidade.

Este é um dos aspectos abordados em um texto de Tithi Bhattacharya sobre reprodução social. Feminista marxista, ela também assina o manifesto “Feminismo para os 99%”, junto com Cinzia Arruza e Nancy Fraser.

Mais trechos:

As principais funções que reproduzem a classe trabalhadora ocorrem fora do local de trabalho.

Quem entende melhor este processo? O capitalismo. Este é a razão pela qual o capitalismo ataca brutalmente a reprodução social para ganhar a batalha na produção. É por isso que ataca os serviços públicos, empurra a carga de cuidados para as famílias individuais, reduz o cuidado social para fazer com que toda a classe trabalhadora seja vulnerável e menos capaz de resistir aos seus ataques no local de trabalho.

Quem mais entende este processo? Os marxistas revolucionários. É por isso que podemos ser o vínculo entre a esfera da reprodução, a comunidade onde a escola está sendo fechada, o lar onde a mulher é submetida à violência; e a esfera da produção, onde lutamos por benefícios e por salários mais altos.

(...)

...a opção reprodutiva não pode ser só sobre o controle dos nossos ovários. Trata-se de controlar nossas vidas: se queremos ter filhos, quando tê-los, quantos ter, o tempo para cuidar deles, que existam escolas públicas para recebê-los, que nem eles nem seus pais estejam atrás das grades e o mais importante, receber um salário decente para poder tomar decisões sobre todas essas coisas.

Aqui, a íntegra do texto. Leitura obrigatória.

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