A luta das mulheres
pelos direitos reprodutivos não deveria ser somente sobre não ter filhos, mas
também sobre dar-lhes a luz e criá-los com dignidade.
Este é um dos aspectos
abordados em um texto de Tithi Bhattacharya sobre reprodução social. Feminista
marxista, ela também assina o manifesto “Feminismo para os 99%”, junto com
Cinzia Arruza e Nancy Fraser.
Mais trechos:
As
principais funções que reproduzem a classe trabalhadora ocorrem fora do local
de trabalho.
Quem
entende melhor este processo? O capitalismo. Este é a razão pela qual o
capitalismo ataca brutalmente a reprodução social para ganhar a batalha na
produção. É por isso que ataca os serviços públicos, empurra a carga de
cuidados para as famílias individuais, reduz o cuidado social para fazer com
que toda a classe trabalhadora seja vulnerável e menos capaz de resistir aos
seus ataques no local de trabalho.
Quem
mais entende este processo? Os marxistas revolucionários. É por isso que
podemos ser o vínculo entre a esfera da reprodução, a comunidade onde a escola
está sendo fechada, o lar onde a mulher é submetida à violência; e a esfera da
produção, onde lutamos por benefícios e por salários mais altos.
(...)
...a
opção reprodutiva não pode ser só sobre o controle dos nossos ovários. Trata-se
de controlar nossas vidas: se queremos ter filhos, quando tê-los, quantos ter,
o tempo para cuidar deles, que existam escolas públicas para recebê-los, que
nem eles nem seus pais estejam atrás das grades e o mais importante, receber um
salário decente para poder tomar decisões sobre todas essas coisas.
Aqui, a íntegra do texto. Leitura obrigatória.
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Muito bom, abordagem por mim até então não pensada.
ResponderExcluirNa verdade, não pensada por nós, homens, né camarada...
ExcluirBeijo