Baixar
filmes em um segundo. Cirurgias realizadas em pacientes localizados em outro
continente. Veículos deslocando-se de maneira perfeitamente sincronizada,
dispensando condutores, semáforos, radares.
No lugar de smartphones, lentes
de contato conectadas. Óculos que borrarão os limites entre
o virtual e o real. Tecnologias que poderemos vestir, implantar ou tatuar.
Tudo
isso e muito mais deve ser possível com a chegada da 5G, a quinta geração da
telefonia digital. Talvez, a última que utilizará celulares. A partir dela,
quase tudo se comportará como um deles.
O
acesso à internete deixará de se limitar apenas a alguns tipos de terminal.
Poderemos interagir até com postes, hidrantes e lixeiras.
E,
aí, surgem os problemas. Surgem, não. Se agravam.
O
objetivo até poderia ser nobre. Salvar muitas vidas, diminuir o infernal
deslocamento urbano, permitir lindas viagens culturais e históricas virtuais.
Quem
sabe, possibilitar a realização de grandes assembleias e congressos com todas
as vantagens da participação presencial sem necessidade de deslocamentos caros
ou inconvenientes.
Mas
a 5G exige muito mais antenas. Mais infraestrutura. Mais dinheiro. E estará
realmente disponível para quem controla o dinheiro ou esteja perto dele.
É
por isso que ela é chamada de internete das coisas. A 5G poderia colocar as
coisas a serviço das pessoas. Mas, muito provavelmente, serão as pessoas que
servirão às coisas.
É
mais uma volta no velho parafuso do fetichismo da mercadoria, metáfora que Marx
criou para uma sociedade onde são as coisas, transformadas em mercadoria, que
têm vida social, não as pessoas.
Afinal,
é de obter mais lucros que se trata.
A
5G é só a enésima geração dessa feitiçaria opressora.
Leia
também:
Fragmentos do real sob o capitalO fetichismo da mercadoria sobre rodas
Bom, até como informação, desconhecia sobre a tecnologia 5G.
ResponderExcluirValeu!
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