A jovem Alexandria
Ocasio-Cortez, do Partido Democrata, surgiu como uma nova liderança nas
eleições do ano passado. Um sopro de ar fresco na atmosfera poluída da política
estadunidense.
Nove meses após sua
posse, já não é bem assim. Pelo menos, é o que diz recente matéria publicada no
New York Times, segundo a qual Alexandria estaria aprendendo a “jogar pelas
regras de Washington”.
A deputada e sua equipe
chegaram ao Congresso decididos a respeitarem mais a vontade das ruas que a dos
chefes de seu partido.
Entre as propostas
inovadoras que lideraram, está, por exemplo, o “New Deal Verde”, um pacote de
medidas para combater as mudanças climáticas e as desigualdades econômicas.
O problema é que o velho
cretinismo parlamentar não demorou a se impor.
Até agora, os veteranos
tiveram paciência, afirma Alexandria: “Podiam ter me colocado na Comissão de
Passeadores de Cachorro”. Mas o fato, diz a reportagem, é que:
...a
abordagem que ela e seus aliados defendem – de empurrar a instituição para a
esquerda, ameaçando as carreiras de democratas que não abracem suas ideias –
afastou muitos de seus colegas, dificultando sua tarefa de tirar as coisas do
papel.
Desse modo, Alexandria admite
estar passando por um processo de “perda de inocência e ingenuidade”,
percebendo ser “impossível separar o trabalho no Congresso e a política
envolvida nas campanhas à reeleição”.
Rosa Luxemburgo dizia que
quando os socialistas acham que estão mudando o Estado, é o Estado que está mudando
os socialistas.
Ocupar assentos no
parlamento, sim. Mas tentar empurrá-lo para a esquerda por dentro dele... Só
vai sobrar a Comissão dos Passeadores de Cachorro, mesmo.
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