Empresas
como IBM, Cisco e Huawei oferecem pacotes de tecnologia para a Internet das
vacas. São dispositivos digitais (coleiras e/ou chips) colocados em cada vaca
para medir seu pulso, temperatura, pico de fertilidade e outras condições de
saúde relacionadas ao sistema digestivo. Os dados são transmitidos pela
Internet a uma nuvem das próprias empresas, que os armazena em grandes sistemas
de dados (big data), analisa-os com inteligência artificial e envia os avisos
que o programa considera pertinentes a um computador ou telefone da empresa
agrícola ou fazenda.
O trecho acima é de um recente artigo de Silvia Ribeiro,
pesquisadora do Grupo Erosão Tecnologia e Concentração.
Mas há mais coisas assustadoras no texto.
Chips podem direcionar o
gado para a ordenha no momento certo. Cada dispositivo, associado a uma vaca em
particular. Silvia cita ainda a internete dos porcos e ovelhas com bases
semelhantes.
No México, está em implantação
um pacote da Microsoft que oferece monitoramento permanente das condições do
solo, umidade, estado das plantações, dados climáticos. Tudo isso dá à empresa condições de avisar quando e onde semear, irrigar, aplicar fertilizantes ou
agrotóxicos, quando colher...
Para aumentar a “conectividade
rural”, a Microsoft usará frequências de televisão fora de uso. Com isso, haverá
internete em cada propriedade, todas enviando informações para uma nuvem de dados que permitirá à empresa montar um
enorme mapa de recursos, solos, água, florestas, minerais, biodiversidade...
E, adivinhem, trata-se de um projeto de agricultura com alto uso de
agrotóxicos e sementes patenteados, visando a expansão das empresas do setor.
É a internete das coisas. E, adivinhem novamente, é
a agricultura sem agricultores.
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