O Estado de Bem-Estar
Social na Europa do Pós-Guerra seria um exemplo claro dos efeitos de nivelação
social provocados pela guerra. Pelo menos, segundo o historiador Walter
Scheidel, em seu livro “A Grande Niveladora”.
A Segunda Guerra exigiu
imensos sacrifícios humanos e radicalizou as contradições sociais em cada país
em que ocorreu. Também fez surgir a ameaça soviética ao domínio imperialista
ocidental. Diante disso, prevaleceu o princípio da entrega de alguns anéis para
salvar os dedos.
Mas o caso do Japão é
outro exemplo importante. Terminada a guerra, o país foi ocupado por forças
estadunidenses. Entre as medidas impostas pelos invasores, reforma agrária,
liberdade de organização sindical, direito de greve, desconcentração do capital
em poder da burguesia tradicional japonesa e impostos sobre os mais ricos.
Em mensagem pelo Ano
Novo de 1948, o chefe das tropas invasoras, general MacArthur, declarou que sua
missão no Japão era desmontar um sistema controlado “por uma minoria de
famílias feudais e explorado em seu benefício exclusivo”.
Por trás das belas
palavras e das medidas aparentemente louváveis da ocupação estadunidense, um
grande objetivo: quebrar o sistema econômico que permitiu ao Japão montar sua
máquina de guerra e impedir que o país voltasse a ameaçar os interesses
ianques.
O autor parece acertar
ao apontar a guerra como um importante fator de diminuição das injustiças
sociais no Japão. Mas a um custo em vidas extremamente elevado, incluindo um
covarde bombardeio nuclear.
Scheidel não chega a
afirmar isso, mas o caso japonês é mais uma demonstração de que qualquer
diminuição da desigualdade social sob o capitalismo costuma ser precedida pela
mais terrível barbárie.
Hummm... começou a ficar interessante. No caso japonês que cita, as forças dominadoras e vitoriosas que impõem a força das suas armas à derrotada. E veja que ironia, a burguesia vencedora não tem o menos apreço pelas conquistas sociais que lhe foram impostas nos seus países de origem (haja visto que até hoje não estão em paz com elas), mas só as faz para parecer detentora desses valores e justificar suas invasões (conhecemos bem esse filme). Seria só irônico se não fosse trágico. Bom o seu último parágrafo, tenho dúvida se precisamos passar sempre por barbáries para realizarmos conquistas sociais. Boa discussão, estou mais tendendo a concordar. Ando meio otimista cético. Bjs.
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