Ela se manifestaria na
forma de guerras, epidemias, colapso estatal e revoluções transformadoras.
Seriam os quatro cavaleiros do apocalipse da nivelação social.
Segundo o autor, o papel
da guerra é mais decisivo nas sociedades modernas devido ao recrutamento em
massa, fenômeno histórico novo.
O alistamento
generalizado leva grande parte da população a sacrificar suas vidas. Diante
disso, os setores dominantes são obrigados a pagar mais impostos e aceitar
políticas governamentais mais distributivas.
Mas outra das
consequências das guerras modernas é a democratização. Parece estranho, mas
Sheidel cita Max Weber:
A
disciplina militar significou o triunfo da democracia, porque a comunidade
desejava e foi compelida a garantir a cooperação das massas não-aristocráticas
e, portanto, colocar em suas mãos armas e, juntamente com o poder das armas, é
preciso estender direitos políticos. (História Geral da Economia - 1923)
De fato, a maioria das
guerras modernas ocorre devido a choques surgidos entre setores da própria classe
dominante, seja em nível nacional ou mundial. Para resolver o conflito, as
facções ou governos envolvidos utilizam a população como bucha de canhão. Mas
ao fazer isso, são obrigados a armá-la.
Terminada a guerra, é
preciso desarmar os dominados antes que acabem se voltando contra aqueles que
os enviaram para a morte. A solução passa por um afrouxamento da dominação
política e melhores condições de vida.
Resumindo
grosseiramente, justiça social sob o capitalismo dificilmente acontece sem o sacrifício
de muitas vidas e o dedo popular no gatilho.
Leia também: A
violência como fator de nivelamento social
Ai Sergio, tá difícil aceitar essa tese. Flexibilização da burguesia porque distribuiu armas para o proletariado? Nem na guerra civil espanhola onde as armas não foram distribuídas pela burguesia. Cansamos de ver movimentos até revolucionários onde em determinado momentos são tomadas as armas sem dar nada em troca. Tem muita coisa para conversar sobre isso, mas nada no sentido do que indica o escritor.
ResponderExcluirMarião, posso até não ter me feito entender, mas o que é recrutamento em massa para travar uma guerra (civil ou não) se não a distribuição de armas para uma população? Não é uma guerra contra a fração da burguesia que distribuiu as armas, mas contra a fração burguesa adversária. O perigo é, terminada a guerra, a população armada se voltar contra quem a armou. É aí que entram medidas de alívio político e econômico pra amansar a massa armada.
ExcluirQuanto ao nada em troca, o Estado de Bem-Estar Social do Pós-Guerra é um exemplo. O sufrágio universal depois da Guerra Civil americana e da Guerra Franco-Prussiana são outros.
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ExcluirRetificando, sufrágio universal masculino...
Tá Serginho, mas não consigo entender o temor da burguesia em o povo ter armas em seu poder. A questão não é armamentista, mas de poder resultante da guerra. A Revolução Russa conseguiu transformar a guerra a favor do proletariado (guerra entre burguesias de estados diferentes), mas na mesma guerra, em outros países, o que aconteceu? Vitória! Vitória! Vamos voltar para casa, ser felizes, continuando sendo ferrados e está bom. Acho que tenho pouco conhecimento para o assunto, e de mais a mais, não sei qual a relevância dele para o momento político atual. Vai me perguntar: por que discute? Ah, porque gosto mesmo não sendo relevante.
ExcluirMas ninguém está dizendo que o proletariado não saiu derrotado dessas guerras. Aliás, derrotado e massacrado. Só que a burguesia foi obrigada a ceder alguma coisa e, com isso, a injustiça social diminuiu. O caso russo é uma rara exceção e foi vitorioso exatamente porque ao assumir o poder, a primeira coisa que os bolcheviques fizeram foi colocar um fim à participação russa na guerra. Quanto à pertinência do assunto, neste caso, menos, mas outros elementos apontados no livro talvez sejam mais relevantes. Por exemplo, quando ele fala sobre o papel das revoluções transformadoras. Mas espero chegar lá.
ExcluirBeijo, aí, meu polemista favorito!
rsss; beijos, querido
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