É
famosa nos meios acadêmicos a chamada Aposta de Pascal, proposta pelo filósofo do
século 17, Blaise Pascal. Ela consiste no seguinte:
- se você acredita em Deus e estiver certo, você terá
um ganho infinito;
- se você acredita em Deus e estiver errado, você terá
uma perda finita;
- se você não acredita em Deus e estiver certo, você
terá um ganho finito;
- se você não acredita em Deus e estiver errado, você
terá uma perda infinita.
Ou
seja, na dúvida, melhor acreditar em Deus.
Essa
proposta pascaliana foi utilizada por Alex Callinicos no artigo “Apostando na perda infinita”, ainda sem tradução
do inglês.
O
texto discute as mobilizações que vêm se espalhando pelo mundo contra as causas
do aquecimento global. Entre suas lideranças, estão a jovem sueca Greta
Thunberg e o coletivo britânico “Extinction Rebellion”.
Para
Callinicos, estes movimentos estão utilizando uma espécie de Aposta de Pascal para
ganhar adeptos. Há os que duvidam firmemente do aquecimento global. Equivaleriam
à minoria de ateus que desprezam a fé em um ser superior e jamais adotariam a
dúvida pascaliana.
Mas
no caso do aquecimento global, os descrentes também estão longe de ser maioria.
Há muito espaço para o convencimento. Até porque os episódios de desequilíbrio climático
são cada vez mais frequentes e terríveis.
Além
disso, grande parte dos ativistas desses movimentos é formada por jovens e crianças.
E eles estão dizendo claramente: “é nosso futuro que está em jogo. Nossa aposta
é alta, mas estamos aqui para ganhar”.
Para
Callinicos, a militância de esquerda deveria fazer o mesmo. Apostar firme no
calor dessa luta.
Leia
também: Aquecimento
global: a fuga dos bilionários
O temor quanto ao desequilíbrio climático vem afetando em especial as gerações mais jovens, e elas é q apresentam a maior margem de esperança na capacidade dos movimentos sociais de massa na pressão em conseguir reverter o grande problema.
ResponderExcluirE creio eu também q seria essa a lição q as militâncias de esquerda deveriam assimilar, agir e levar adiante, para dar mais corpo, peso e volume contra a agressividade neoliberal e dos políticos q o apoiam e seguem.
Grande abraço!