A expressão “think-tank” teve origem nas salas secretas nas quais eram discutidas estratégias bélicas durante a Segunda Guerra. Por volta da década de 1960, nos Estados Unidos, passou a denominar organizações civis privadas mantidas com doações de pessoas físicas ou jurídicas, que reuniam especialistas e técnicos, normalmente recrutados junto à academia.
Nas últimas décadas, os think-tanks voltados para a defesa do neoliberalismo ganharam grande poder. Principalmente, graças ao patrocínio do grande capital. Os mais importantes dentre eles são o Institute for Humane Studies (IHS) e a Atlas Network, cujo nome inspirou-se no romance de Ayn Rand, “A revolta de Atlas”, que defendia o ideário neoliberal.
Atualmente, é possível dizer que praticamente todos os think-tanks pró-mercado mais importantes ao redor do globo fazem parte da rede constituída pela Atlas. São mais de 400 afiliados distribuídos em mais de 80 países e regiões, incluindo Canadá, Estados Unidos, Europa, Ásia Central, Oriente Médio, África, sul da Ásia, Extremo Oriente, Austrália, Nova Zelândia e América Latina.
As informações acima estão no livro “Menos Marx, mais Mises”, de Camila Rocha. Nele, a autora observa que seria “tentador pensar a rede de organizações articuladas pela Atlas e pelo IHS como uma espécie de Komintern neoliberal, exceto pelo fato de que estas afirmam enfaticamente não receberem qualquer tipo de financiamento estatal”.
Em 1987, surgiu o primeiro integrante com algum peso desse “Komintern” (Internacional Comunista) no Brasil. Era o Instituto Liberal de São Paulo. Mas somente no início do século 21, essa rede começaria a mostrar suas garras por aqui.
Mais na próxima pílula.
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