"Vem cá, você acha legal pagar três reais no ônibus? Não! E se eu fizesse aqui uma van e cobrasse um real de vocês? Legal! Só que o Estado não deixa porque é regulado aqui no Rio, sabe o que a gente tem que fazer? Privatizar tudo e criar livre mercado no setor! Êeee!”. Assim a gente trouxe o liberalismo pro dia-a-dia do sujeito.
As palavras acima são de Bernardo Santoro, dirigente do Instituto Liberal do Rio de Janeiro. Aparecem no livro “Menos Marx, mais Mises”, de Camila Machado. Mostram como a extrema-direita neoliberal passou a ir às ruas disposta a disputar a hegemonia junto às grandes massas.
Segundo a autora, desde 2011, esses setores organizavam demonstrações públicas como o “Dia da Liberdade de Impostos”. Também foram oportunistas participando das “Marchas da Maconha” para defender o fim da presença do Estado em qualquer esfera da vida pública.
Estiveram presentes em manifestações contra a corrupção convocadas por entidades como CNBB e OAB. Sempre divulgando suas bandeiras privatizantes.
Nesse período, diz Camila, houve uma adesão quase completa da aliança lulista ao sistema político tradicional, diluindo e escondendo diferenciações ideológicas e programáticas reais no cenário político.
Começava a se desenhar a possibilidade de a direita ultraliberal aparecer como elemento antissistema, mesmo estando a serviço do grande capital.
Durante os protestos de 2013, surgiu o Movimento Brasil Livre. Mas ainda não era o momento para a direita capitalizar os protestos. Tanto é que no final daquele ano, a página do movimento no Facebook foi abandonada por falta de seguidores.
O momento oportuno só aconteceria em 2014.
Continua na próxima pílula.
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Até da "Marcha da Maconha"? Mas camuflada, né? Pois é, muitas questões a pensar, tipo a direita e ultradireita veio para ficar nas ruas? Arrisco que em uma conjuntura não favorável como a atual, com o governo deles no poder, não se sustentam nas ruas. Ah sim, se um possível governo Lula ficar tímido ela pode voltar e com muita força até.
ResponderExcluirPois eu acho grande a possibilidade de um futuro governo Lula ficar "tímido". Pegaria um país quebrado, com a institucionalidade mais ferrada do que nunca, forças repressivas mais abusadas do que nunca... Enfim, tudo muito favorável para uma oposição de direita muito presente nas ruas, barulhenta e violenta. Apesar disso, é o que nos resta pra agora...
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