Em junho de 1801, as forças de Toussaint controlavam uma faixa significativa de territórios de Saint-Domingue. Mas ele não tinha homens em número suficiente para desferir um golpe decisivo contra as tropas francesas.
Além disso, como diz Sudhir Hazareesingh no livro "O maior revolucionário das Américas", Toussaint nunca demonstrou real intenção de separar Saint-Domingue do império francês.
Fingindo disposição para resolver o impasse, os franceses o convidaram para um encontro de negociação. Mas era uma armadilha. Toussaint foi preso e levado para a França, onde morreria na prisão, em abril de 1803.
Jean-Jacques Dessalines, segundo em comando das tropas de Toussaint, assumiu a liderança da resistência. Em 1º de janeiro de 1804, proclamou a independência, fundando o estado do Haiti.
Mas Dessalines eliminou todos os principais aliados de Toussaint. E criou um regime que rejeitava a ideia de seu antigo comandante de construir uma república multirracial. Somente os negros governariam.
Dessalines proclamou-se imperador em outubro de 1804, mas foi assassinado dois anos depois. Sua morte foi seguida por lutas fratricidas entre seus sucessores.
Em 1915, o presidente estadunidense Woodrow Wilson ordenou a invasão do país, dando início a uma ocupação brutal que durou quase duas décadas. Ao Haiti nunca foi perdoado o fato de ter surgido de uma revolução vitoriosa protagonizada por escravizados.
A figura de Toussaint Louverture foi repudiada por seus próprios ex-subordinados, mas jamais desapareceu da memória popular.
Fidel Castro revelou em 1954 que sua inspiração para “transformar Cuba de alto a baixo” era a insurreição dos escravos do Haiti. Como ele, muitos outros foram inspirados pelo grande revolucionário negro.
Concluiremos na próxima pílula.
Leia também: Toussaint derrota os poderosos exércitos de Napoleão
Puxa vida, que história
ResponderExcluirVerdade
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