Doses maiores

20 de março de 2013

Dinheiro público para tiranos religiosos

Uma das acusações mais fortes e justas contra muitas igrejas evangélicas é a de arrancar dinheiro a seus fiéis. Mas não se diz o mesmo da Igreja Católica, que cobiçaria menos as economias de seus seguidores.

Apesar disso, a religião apostólica romana não pode reclamar de penúria. Ao contrário, seus templos e propriedades esbanjam luxo. Não graças a Deus. O dinheiro vem de fontes nem um pouco divinas. Sai de muitos orçamentos públicos ao redor do mundo.

Texto postado no blog argentino "De Plata Corrientes” denuncia o financiamento estatal da Igreja Católica local. Trata-se de leis aprovadas durante a ditadura militar que determinam o pagamento de salários a bispos e arcebispos.

Uma delas é a lei 21.950, de 1979, assinada pelo general Videla, recentemente condenado por seus crimes políticos. A lei ainda vale e garante aos sacerdotes remuneração equivalente a 80% do que recebem juizes de primeira instância.

O atual papa nega colaboração com a ditadura argentina, mas não o incomoda sua igreja receber dinheiro sujo de sangue e que deve fazer falta a muitos outros cidadãos.

No entanto, o caso não é apenas argentino, nem somente católico. O blog revela pesquisa do jornal espanhol “20minutos” que teria encontrado doações, subsídios, financiamentos governamentais para igrejas cristãs em muitos outros países: Alemanha, Dinamarca, Áustria, Portugal, Itália, claro, e até a historicamente laica França.

Ou seja, as instituições cristãs ignoram o que disse Jesus quanto a deixar “a César o que é de César”. Talvez, por isso, tentem ser tão tiranas quanto os ditadores romanos.


Leia também: O papa do pau oco

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