Referindo-se
ao sumiço da pauta política da taxação de grandes fortunas, Safatle disse: “No
interior do lulismo, todas as políticas que poderiam radicalizar conflitos de
classe foram e serão evitadas”. E complementa:
...o governo pratica um discurso das conquistas
passadas que devem ser preservadas, não dos projetos futuros que devem ser
alcançados. Um exemplo: o governo tem um programa crível de universalização do
ensino público de qualidade? Ou do sistema de saúde? Vejam, não há sequer um
projeto neste sentido.
Em outro momento que merece destaque, ele nega a divisão do mundo em culturas opostas e inconciliáveis:
...não há nada parecido com uma “visão islâmica de
mundo”. Ela é tão clivada e contraditória quanto as diferentes visões de mundo
que podem existir entre um evangélico convicto e um cristão que há anos não
passa na porta de uma igreja.
Lembra o posicionamento de um intelectual africano entrevistado pelo site “Afreaka”. Nela, Pathisa Nyathi, professor e escritor do Zimbábue, afirma:
Quando olhamos para a cultura, o maior problema que
vejo nas pessoas é que elas procuram diferenças mais do que semelhanças. Eu não
vejo a cultura desse jeito. Eu a vejo como algo universal. Todos os seres
humanos nesse planeta têm música e dança. Não importa se você é branco, negro
ou amarelo, você tem música e dança. (...) Essa é a tragédia da raça humana,
que se concentra nas diferenças.
Tolerância
demasiada, apenas em relação às diferenças de classe.
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