É verdade que Chávez
manipulava mecanismos institucionais em seu proveito. Mas não mais do
que fazem muitos governantes nas democracias cada vez mais limitadas em que vivemos, com suas medidas
provisórias e maiorias parlamentares compradas com cargos e verbas.
Sua “revolução
bolivariana” e seu “socialismo do século 21” estão longe de
ameaçar o imperialismo que ele corretamente denunciava. Os Estados
Unidos, por exemplo, continuam a ser os maiores compradores do
petróleo venezuelano. E o país permanece dependente desse comércio.
Por outro lado, essa
enorme riqueza passou a ser usada para melhorar a vida dos mais
necessitados. Chávez criou mais de 20 programas assistenciais ou
de transferência de renda. Destinou a eles mais verbas que o Bolsa Família brasileiro, que atende um público quase seis
vezes maior.
Mas intolerável mesmo para os poderosos era a confiança que Chávez transmitia a seus
iguais. Ele ensinou aos descendentes de negros e índios a manifestar
seu nojo e ódio contra quem os explora há séculos. Vibraram, por
exemplo, quando Chávez reclamou do cheiro de enxofre de George Bush,
em plena sessão da ONU.
Apesar disso tudo, a
maior fraqueza do chavismo é sua confiança em um Estado incapaz de
fazer verdadeira justiça social. Que os apaixonados discípulos de
Chávez superem o mestre. Ganhem autonomia e organização própria.
Asfixiem os inimigos do povo em seus próprios odores pestilentos.
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