O
sacerdote da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento já chamou os negros de
“descendentes amaldiçoados de Noé”. Disse que “a podridão dos sentimentos dos
homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à rejeição”. Também é favorável à criminalização de
rituais religiosos de origem africana. E está sendo processado por estelionato
no Supremo Tribunal Federal.
Diante
das fortes reações negativas, ele reclamou de uma suposta “ditadura gay”. Por
outro lado, há quem identifique na eleição de Feliciano para a Comissão mais um
lance de uma suposta “ofensiva evangélica” contra a sociedade.
Melhor
ir devagar com o andor. Vários setores religiosos pregam a intolerância e a
perseguição contra minorias. Entre eles, muitos católicos. Mas não devemos confundir
alguns sacerdotes fascistas com seus fiéis. Transformar essa questão numa guerra
aos religiosos é tudo o que os conservadores querem.
Há
várias tendências religiosas que não concordam com o pastor Feliciano. O
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil repudiou sua eleição, por
exemplo. Pediu seu afastamento da presidência da CDH.
Isso
não livra essas instituições de serem cúmplices no fortalecimento do
conservadorismo que criou líderes como Feliciano. Elas só devem estar avaliando
que a truculência do pastor mais atrapalha que ajuda sua causa.
A
religião fica realmente perigosa quando se institucionaliza. Nesse caso, sempre
se alia aos poderosos na defesa da maior das ditaduras, a dos interesses do
capital. Esta sim nosso alvo principal.
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