A defesa incondicional da PEC pelas
entidades que representam as trabalhadoras mostra que não deverá ser assim. Por outro lado, não é segredo que uma
das formas de medir o nível de desigualdade de uma sociedade é a proporção de
trabalho doméstico empregado. É por isso que em países com mais justiça social,
empregadas, porteiros, caseiros, vigias são raros e, portanto, caros.
Em janeiro passado, foi divulgado um relatório da Organização
Internacional do Trabalho chamado
“O trabalho doméstico no mundo”. Segundo seus dados, o Brasil tem 8% da
população mundial, mas 37% dos trabalhadores desta categoria no planeta. Claro que
a grande maioria deles é formada por mulheres negras.
As vozes que criticam a medida são aquelas
que se ouvem ao longo dos séculos desde os primeiros escravagistas. Mas,
talvez, por isso mesmo, suas profecias agourentas acabem por se cumprir. Como tantos
outros mandamentos constitucionais, este pode ser outro a ser ignorado.
Uma boa solução seria a criação de uma rede
pública de creches, refeitórios, lavanderias etc. As relações marcadas pelos
caprichos pessoais dos patrões seriam substituídas por relações mais profissionais. Claro que os neoliberais considerariam desperdício de dinheiro público. E este tem
que continuar a ser direcionado para as empresas via privatizações, subsídios, crédito
fácil, papéis da dívida pública...
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