Era o que faltava. A Fifa vai
deixar um “legado” para a saúde e a educação brasileiras. Trata-se do programa “11
pela saúde”, em parceria com os ministérios da Saúde, Educação e Esportes. É o
que mostra a excelente reportagem “O legado da Fifa na saúde e educação”, de
Cátia Guimarães, publicada na revista da Escola Politécnica de Saúde Joaquim
Venâncio, em março passado.
Os detalhes estão na matéria,
mas citemos alguns deles bem assustadores. O público-alvo são alunos de 11 e 12
anos de escolas públicas. O material “pedagógico” é conhecido como “Manual do
Treinador”. Como o nome diz, trata-se de adestramento e não de educação.
Um exemplo diz respeito à AIDS.
O manual recomenda:
Você pode proteger-se do HIV
abstendo-se de sexo tanto quanto possível, ser fiel a um (a) parceiro (a) não
infectado (a), ou usar um preservativo corretamente todas as vezes que tiver
relações sexuais.
Um absurdo! Fidelidade e
abstinência sexual são recomendações moralistas e muito ineficientes.
O texto também apresenta os
medicamentos como “drogas benéficas”. Somente as drogas “ilegais” seriam
“nocivas”. Nenhuma palavra sobre tranquilizantes, que causam dependência e são a
sexta droga mais usada no País, à frente de cocaína e crack. Além disso, o
álcool, uma das drogas que mais matam, teve sua venda imposta nos estádios pela
Fifa. As indústrias farmacêutica e de bebidas agradecem.
O supercambista de ingressos preso
recentemente no Rio de Janeiro é ligado à Fifa. O caso mostra a verdadeira
especialidade da maior entidade do futebol mundial. Graças ao governo
brasileiro, agora essa máfia pode lucrar com outros ramos e trabalhando
diretamente com crianças.
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