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Durante a Ditadura Militar, Sérgio
Porto publicou uma de suas obras mais famosas, "Febeapá, o Festival de
Besteiras que Assola o País". Conhecido como Stanislaw Ponte Preta, o cronista
ridiculariza em seu livro a estupidez intelectual da repressão estatal.
É o caso dos agentes do DOPS que invadiram o Teatro Municipal de São Paulo durante apresentação
da peça “Electra”. Queriam prender o autor da obra, considerada subversiva. Era
Sófocles, falecido em 406 a.C..
50 anos depois, episódios
semelhantes envolvem a prisão de militantes políticos e manifestantes. Em um
dos inquéritos apareceria como suspeito o anarquista russo Mikhail Bakunin, morto
em 1876.
Entre as evidências
incriminadoras encontradas nas casas dos ativistas presos, estão, por
exemplo, uma bandana da banda Nirvana, camisetas com caveiras e casacos
camuflados. Panfletos do movimento "Não vai ter Copa", edições das revistas
"Carta Capital" e "História Viva" e agendas contendo telefones
de parlamentares do PSOL também aparecem como provas.
Até um caderno com a Galinha
Pintadinha na capa foi apreendido. Aparecia nele o número do celular do
delegado da Polícia Civil, Orlando Zaccone.
Tal como na Ditadura, o ridículo
das autoridades não alivia o peso de seus crimes. São as prisões ilegais, a tortura
e, no caso dos pobres e pretos, também as execuções.
Enquanto isso, o Exército anuncia
que está “remodelando” seu centro de inteligência. O objetivo? Monitorar os movimentos
sociais.
Já não vivemos em um Estado
de Exceção. Mas os excessos autoritários do Estado nunca cessaram e ameaçam tornar-se
regra novamente.
É o Festival de Autoritarismo
que Assola o País. Com enorme apoio da imprensa e generoso patrocínio dos governos.
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