Doses maiores

31 de julho de 2014

A Primeira Guerra na raiz das guerras do Oriente Médio

Deborah Berlinck  e Daniela Kresch publicaram “Um Oriente Médio mal desenhado e em mudança”, no Globo, em 29/07. A matéria afirma que a desastrosa realidade atual do Oriente Médio é resultado da Primeira Guerra Mundial.

Após o conflito, os imperialismos inglês e francês esquartejaram o Império Otomano. Em seu lugar, “criaram Estados totalmente artificiais e comandados de forma arbitrária pelo Reino Unido e pela França”, diz James Barrar, entrevistado pelas jornalistas.

Barr diz, por exemplo, que os britânicos criaram o Iraque e colocaram um rei que nem era iraquiano junto com a minoria sunita para governar o país. Jordânia e Palestina também foram criadas por razões geopolíticas alheias a seus povos. E esta última padece desde que os britânicos apoiaram a criação de Israel como seu Estado-cliente.

Barr também atribui às negociações do final da Guerra os atuais conflitos na Síria, envolvendo sunitas, xiitas, alauitas, cristãos, armênios, drusos e curdos. Segundo ele, o sectarismo na Síria foi “encorajado pela França para comandar um país que não queria ser comandado por franceses”.

Mas a matéria destaca um “fato novo”. São os chamados jihadistas, que estariam formando Estado Islâmico para dominar a região sem respeitar as fronteiras traçadas pelos vencedores da Primeira Guerra.

Não há tanta novidade nisso tudo, porém. Interesses muito materiais estão por trás do fanatismo religioso dos jihadistas. Afinal, eles estão vendendo o petróleo dos territórios que ocuparam no mercado internacional. E quem estaria intermediando os negócios seria a empresa estadunidense Exxon-Mobil.

Muito pior que os fanatismos em conflito no Oriente Médio é o fundamentalismo imperialista que os fez surgir e continua a alimentá-los.


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