Deborah Berlinck e Daniela Kresch publicaram “Um Oriente Médio
mal desenhado e em mudança”, no Globo, em 29/07. A matéria afirma que a
desastrosa realidade atual do Oriente Médio é resultado da Primeira Guerra
Mundial.
Após o conflito, os
imperialismos inglês e francês esquartejaram o Império Otomano. Em seu lugar,
“criaram Estados totalmente artificiais e comandados de forma arbitrária pelo
Reino Unido e pela França”, diz James Barrar, entrevistado pelas jornalistas.
Barr diz, por exemplo, que os
britânicos criaram o Iraque e colocaram um rei que nem era iraquiano junto com
a minoria sunita para governar o país. Jordânia e Palestina também foram criadas
por razões geopolíticas alheias a seus povos. E esta última padece desde que os
britânicos apoiaram a criação de Israel como seu Estado-cliente.
Barr também atribui às
negociações do final da Guerra os atuais conflitos na Síria, envolvendo
sunitas, xiitas, alauitas, cristãos, armênios, drusos e curdos. Segundo ele, o sectarismo
na Síria foi “encorajado pela França para comandar um país que não queria ser
comandado por franceses”.
Mas a matéria destaca um “fato
novo”. São os chamados jihadistas, que estariam formando Estado Islâmico para dominar
a região sem respeitar as fronteiras traçadas pelos vencedores da Primeira
Guerra.
Não há tanta novidade nisso
tudo, porém. Interesses muito materiais estão por trás do fanatismo religioso dos
jihadistas. Afinal, eles estão vendendo o petróleo dos territórios que ocuparam
no mercado internacional. E quem estaria intermediando os negócios seria a empresa
estadunidense Exxon-Mobil.
Muito pior que os fanatismos
em conflito no Oriente Médio é o fundamentalismo imperialista que os fez surgir
e continua a alimentá-los.
Leia também: Primeira
Guerra, reforma e revolução
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