“Óculos futuristas da PM
detectam até 400 rostos por segundo”, dizia o título de uma matéria de Lecticia
Maggi, publicada no portal iG em 2011. Na época, a reportagem dizia haver 99,99%
de chance de sucesso na identificação da “pessoa procurada”.
Além dos milhares de rostos
por minuto, os óculos podem guardar até 14 milhões de imagens. “A tecnologia
deverá ser utilizada por policiais em grandes eventos, como shows e jogos de
futebol”, dizia a matéria. Mas não foi bem isso que aconteceu.
As recentes prisões de
manifestantes em São Paulo e Rio mostram o resultado daquele “avanço
tecnológico”. É um escandaloso retrocesso democrático. A polícia formou um
grande banco de dados com fotos de ativistas. Muitas delas tiradas nas
manifestações e das redes virtuais.
A reportagem do iG cita
palavras do major da PM Leandro Pavani Agostini. Na época, ele dizia que a nova
tecnologia mudaria “nossa forma de comportamento”. Realmente mudou. Agora, a PM
não bate, prende e tortura apenas pobres e pretos. O tratamento violento também
passou a ter como alvo militantes políticos e populares.
Eis aí porque os black blocs
sempre tiveram razão ao usarem máscaras. E é bom adotarmos a prática também na
internete. Afinal, fazemos apenas o que nossos inimigos fazem. Os policiais
continuam a esconder ilegalmente sua identificação quando baixam a porrada nas
manifestações.
Aqueles que compactuaram com
tudo isso deveriam ser os primeiros a esconder seus rostos e camuflar suas
identidades. Mas estão em campanha eleitoral na cara mais dura e mal lavada.
Ainda não inventaram óculos que detectam antigos carrascos e novos traidores.
Leia também: A
contribuição petista para nossa violência genocida
Nenhum comentário:
Postar um comentário