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Em 1900, Rosa Luxemburgo publicou
“Reforma ou Revolução?”. Era a primeira denúncia dos riscos do reformismo no
interior do movimento socialista.
Rosa inicia seu livro dizendo
que opor reformas e revolução é uma das formas mais eficazes para abandonar a
segunda e ficar apenas com as primeiras. Por outro lado, sem
estabelecer uma relação dialética com as reformas, a revolução permanece um
objetivo distante e utópico.
Portanto, não se trata de
negar as lutas por reformas. São elas que colocam grandes parcelas do
explorados e oprimidos em movimento. Mas é preciso mostrar que o reformismo não
é apenas um caminho mais longo em direção a uma sociedade justa. É o abandono desse caminho.
Mas as consequências desastrosas
do reformismo só apareceriam claramente com o início da Primeira Guerra Mundial,
em 1914. Nesse momento, instalou-se uma crise entre os socialistas no mundo
todo, dividindo claramente reformistas e revolucionários. Os primeiros apoiando
o conflito, os últimos se opondo a ele.
Tornando-se inevitável o
conflito mundial, os socialistas revolucionários tentaram aproveitar o momento
para transformar a guerra externa entre potências em guerra civil contra os patrões.
Somente os bolcheviques conseguiram êxito. Mas sua principal bandeira de luta não
era “Pelo socialismo!”. Era “Paz, Pão e Terra!”.
Para conquistar o fim da
guerra, o acesso a direitos básicos e a reforma agrária, os revolucionários
russos mostraram que só havia um caminho. O caminho da insurreição social. A entrega
do poder político e do controle da economia aos Conselhos de Operários,
Camponeses e Soldados. Um raro momento de interação dialética entre as lutas por
reformas e a realização da revolução.
Leia também: Primeira
Guerra: a era dos extremos não terminou
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