Doses maiores

29 de julho de 2014

Primeira Guerra, reforma e revolução

  Latuff
Em 1900, Rosa Luxemburgo publicou “Reforma ou Revolução?”. Era a primeira denúncia dos riscos do reformismo no interior do movimento socialista.

Rosa inicia seu livro dizendo que opor reformas e revolução é uma das formas mais eficazes para abandonar a segunda e ficar apenas com as primeiras. Por outro lado, sem estabelecer uma relação dialética com as reformas, a revolução permanece um objetivo distante e utópico.

Portanto, não se trata de negar as lutas por reformas. São elas que colocam grandes parcelas do explorados e oprimidos em movimento. Mas é preciso mostrar que o reformismo não é apenas um caminho mais longo em direção a uma sociedade justa. É o abandono desse caminho.

Mas as consequências desastrosas do reformismo só apareceriam claramente com o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Nesse momento, instalou-se uma crise entre os socialistas no mundo todo, dividindo claramente reformistas e revolucionários. Os primeiros apoiando o conflito, os últimos se opondo a ele.

Tornando-se inevitável o conflito mundial, os socialistas revolucionários tentaram aproveitar o momento para transformar a guerra externa entre potências em guerra civil contra os patrões. Somente os bolcheviques conseguiram êxito. Mas sua principal bandeira de luta não era “Pelo socialismo!”. Era “Paz, Pão e Terra!”.

Para conquistar o fim da guerra, o acesso a direitos básicos e a reforma agrária, os revolucionários russos mostraram que só havia um caminho. O caminho da insurreição social. A entrega do poder político e do controle da economia aos Conselhos de Operários, Camponeses e Soldados. Um raro momento de interação dialética entre as lutas por reformas e a realização da revolução.

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