Plínio de Arruda Sampaio
morreu em 08/07, aos 83 anos. O incansável lutador começou a militar aos 20
anos na Juventude Católica. Desde então, só veio rejuvenescendo.
Foi o relator do projeto de
Reforma Agrária do governo Goulart. Por isso, foi cassado e exilado pela
ditadura. De volta ao País em 1976, ajudaria a fundar o PT. Um partido que procurava
romper com a esquerda que se deixou arrastar pelo reformismo submisso de Goulart.
Nos anos 90, Plínio disputou a
vaga de candidato petista ao governo estadual paulista. Seu adversário foi José
Genoino, então líder da ala esquerda radical do partido. Nos debates não escondia
sua opção pelo reformismo.
Em 2005, Plínio saiu do PT.
Genoino ficou. Mas não foi o “Mensalão” que os separou. As divergências não eram
apenas éticas. Eram classistas. Já em 2001, ele havia dito que o programa de governo
do PT era uma “rendição antecipada”. Um pedido de licença à “elite corrupta e
aos Estados Unidos para sentar na cadeira presidencial”.
No PSOL, Plínio foi candidato
à presidência da república em 2010. Sua candidatura tinha uma estrutura minúscula,
mas sabia se fazer ouvir. “Não somos oposição a um governo, somos oposição a um
sistema social”, dizia ele. Conseguiu atrair vários setores de luta. Principalmente,
os jovens. E foi com eles que foi às ruas em junho de 2013.
Há quem diga que não existem revolucionários
de cabelos brancos. Palavras imbecis de quem padece de esclerose política. Da
Juventude Católica à Juventude de Junho, Plínio jamais abandonou a luta contra
um sistema senil e injusto. Deixa-nos o mais jovem dos radicais.
Boa Sergio. Enquanto a gente cansa de ver o pessoal ir da esqueda para o reformismo, o Plinio fez o caminho inverso.
ResponderExcluirE nós vamos tentando controlar nosso próprio envelhecimento político, né meu velho?
ResponderExcluirExcelente homenagem, querido Sérgio!
ResponderExcluirBom demais ler isso... Vamospensar 2015? 2016? 17?
ResponderExcluir