Em abril passado, o
secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, afirmou:
Eu vou dizer uma coisa que é
maluca, mas menos democracia, às vezes, é melhor para organizar uma Copa.
Quando você tem um chefe de estado forte, que pode decidir, como talvez
Vladimir Putin na Rússia em 2018, é mais fácil para nós, organizadores...
A repórter Daniella Franco,
da agência RFI, publicou em 02/07 “Brasil pode ser a última democracia a organizar
uma Copa do Mundo”. A matéria refere-se não apenas à Rússia, mas à monarquia
conservadora árabe do Dacar, que deve sediar o evento em 2022.
De qualquer maneira, Valcke não
tem do que reclamar. Afinal, a Fifa assumiu o comando de várias atividades do
País sem maiores problemas. Exclusividade no comércio de bebidas e alimentos no
entorno das sedes dos jogos, praticando preços de monopólio. Imposição da construção
de estádios, que, em sua maioria, deve se transformar em elefantes brancos. Tudo
a um custo social enorme, com a remoção de cerca de 250 mil famílias de suas
casas para a construção de obras de utilidade duvidosa a preços abusivos.
Como se não bastasse, tudo
isso contou com a proteção armada dos governantes do País, que colocaram
exército e polícias a serviço do torneio. E, neste caso, a democracia foi
ferida gravemente. É o que mostra, por exemplo, a recente prisão de advogados que
acompanhavam a manifestação da Praça Roosevelt em São Paulo, em 01/07.
A Fifa não prefere apenas regimes antidemocráticos. Também ensina autoritarismo aos governos que lhe são submissos. A democracia é outra vítima das joelhadas pelas costas dos que organizam a Copa.
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