Doses maiores

28 de julho de 2014

Primeira Guerra: a era dos extremos não terminou

Há exatos 100 anos, a Primeira Guerra Mundial inaugurava o que Eric Hobsbawm chamou de “Era dos extremos”. Referia-se ao sangrento século 20, que teria se encerrado ainda nos anos 1990.

O conflito sacrificou pelo menos 10 milhões de vidas e mutilou outras 20 milhões. Resultado da utilização de novas e terríveis tecnologias de guerra. Mas teve como causa profunda disputas interimperialistas que nada tinham a ver com os interesses dos povos envolvidos.

O conflito também rachou a esquerda mundial. Um lado sustentando seus governos na carnificina bélica. O outro se recusando a apoiar o sacrifício de milhões de trabalhadores em nome de interesses que não eram os seus.

Entre os que se opunham à guerra, estavam os bolcheviques. Sob sua liderança os soldados russos voltaram suas armas contra os próprios comandantes e derrubaram a ditadura que os esmagava. Como os bolcheviques conseguiram isso? Entre outros meios, se alistaram como soldados. Foram para as trincheiras fazer propaganda do socialismo.

A primeira revolução socialista foi feita contra a guerra, por “Paz, Pão e Terra”. Mas a guerra voltou-se contra a revolução. Os exércitos de 14 potências a cercaram. E um conflito ainda mais sangrento a derrotou de vez. Na Segunda Guerra, Stalin fez um criminoso pacto com Hitler que logo seria traído e custaria milhões de vidas russas.

A União Soviética sairia da Segunda Guerra como mais uma potência sanguinária. Desde então, houve dezenas de guerras locais e regionais. E o que vem acontecendo em Gaza, Síria e outros lugares mostra que estamos longe de superar os extremos de que a crueldade humana é capaz.

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