Há exatos 100 anos, a Primeira Guerra Mundial inaugurava o que Eric Hobsbawm chamou
de “Era dos extremos”. Referia-se ao sangrento século 20, que teria se
encerrado ainda nos anos 1990.
O conflito sacrificou pelo menos 10 milhões de vidas e mutilou outras 20
milhões. Resultado da utilização de novas e terríveis tecnologias de guerra. Mas
teve como causa profunda disputas interimperialistas que nada tinham a ver com
os interesses dos povos envolvidos.
O conflito também rachou a esquerda mundial. Um lado sustentando seus governos
na carnificina bélica. O outro se recusando a apoiar o sacrifício de milhões de
trabalhadores em nome de interesses que não eram os seus.
Entre os que se opunham à guerra, estavam os bolcheviques. Sob sua liderança os
soldados russos voltaram suas armas contra os próprios comandantes e derrubaram
a ditadura que os esmagava. Como os bolcheviques conseguiram isso? Entre outros
meios, se alistaram como soldados. Foram para as trincheiras fazer propaganda
do socialismo.
A primeira revolução socialista foi feita contra a guerra, por “Paz, Pão e
Terra”. Mas a guerra voltou-se contra a revolução. Os exércitos de 14 potências
a cercaram. E um conflito ainda mais sangrento a derrotou de vez. Na Segunda
Guerra, Stalin fez um criminoso pacto com Hitler que logo seria traído e
custaria milhões de vidas russas.
A União Soviética sairia da Segunda Guerra como mais uma potência sanguinária. Desde
então, houve dezenas de guerras locais e regionais. E o que vem acontecendo em
Gaza, Síria e outros lugares mostra que estamos longe de superar os extremos de
que a crueldade humana é capaz.
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Cavaleiros do Apocalipse
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