Em 2013, o Sesc e a Fundação
Perseu Abramo realizaram uma pesquisa sobre hábitos culturais dos brasileiros. A
esquerda deveria estudar seus resultados. A direita já o faz, lamentando dados
como:
- 89% dos entrevistados nunca
foram a uma ópera ou concerto de música clássica;
- 75% nunca foram a
espetáculos de dança ou balé;
- 71% nunca estiveram em
exposições de pintura, escultura e outras artes;
Tais queixas mal conseguem esconder
os preconceitos em relação à arte e diversão mais populares. A mesma pesquisa aponta,
por exemplo, “Dançar em balada/ baile/ forró/ gafieira” como segunda opção de
lazer, com 80% de citações pelos entrevistados.
Não se trata de discutir quais
atividades de lazer proporcionam “capital cultural” relevante. Assistir a um
concerto não implica necessariamente maior contato com a diversidade artística de
que a humanidade é capaz. Jamais ter ido a um forró ou gafieira também
é manter uma alta proporção de ignorância cultural.
Alguns dados são mais
objetivos e preocupantes. É o caso dos 58% que não haviam lido nenhum livro nos
últimos 6 meses. Aqui já não está em debate a qualidade da leitura, mas sua
raridade. E a dependência de fontes audiovisuais de informação e cultura,
monopolizadas por grandes corporações. As mesmas que lucram com o consumo
cultural de massa, repetitivo e pouco variado.
Surpreendente é a citação do Circo
como uma das atividades mais apreciadas e a quarta em frequência. Trata-se do circo
tradicional. Não aquele midiático, que a direita tenta impor e nós, da esquerda,
costumamos usar para esconder nossa incompetência na disputa de corações e
mentes.
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