Doses maiores

14 de agosto de 2014

Rosas não falam, mas recomenda-se ouvi-las

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Cartola dizia que as rosas não falam, mas isso nunca o impediu de queixar-se a elas. O botânico italiano Stefano Mancuso daria razão ao poeta. Ele garante: “As plantas têm neurônios, são seres inteligentes”. Este é o título da entrevista que ele deu ao jornal La Vanguardia, em 2010.

Segundo Mancuso, as plantas “se movem e tomam decisões, mas em um tempo mais longo que o homem”. Também trocam mensagens. “Em uma selva, todas as plantas estão em comunicação subterrânea através das raízes”, diz ele. Elas “trabalham em rede, como a internet” e as pontas das raízes funcionariam como neurônios.

Estes seres que vivem de luz também manipulam os animais com seu pólen e outras substâncias. E até matam alguns deles. É o que teria acontecido em Botsuana, quando 200 mil antílopes foram introduzidos em ambiente que não era o seu. Começaram a comer acácias demais. Estas reagiram, produzindo veneno e matando 10 mil deles.

Nem nós estamos livres. Pense no café, tabaco, ópio e marijuana, provoca Mancuso. São só algumas das plantas de que somos dependentes. Literalmente.

Tudo isso é muito polêmico, claro. Mas é difícil discordar deste trecho:

Caso amanhã as plantas do planeta desaparecessem, em um mês toda a vida se extinguiria, visto que não haveria nem comida, nem oxigênio. Todo o oxigênio que respiramos vem delas. Mas se nós desaparecêssemos, nada iria ocorrer. Somos dependentes das plantas, mas as plantas não são de nós. Quem é dependente está em uma situação inferior, ou não?

Portanto, ao passar por um canteiro, pare e ouça. Deixe as queixas para os poetas.

Leia a entrevista, clicando aqui

Leia também: O egoísmo de classe escolheu a catástrofe ambiental

2 comentários:

  1. Lindo, muito singelo. Se bem que esta questão, como mesmo disse, é muito polêmica. Li uma matéria na Piauí sobre a controvérsia que envolve este assunto.

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  2. Claro. Mas não deixa de ser um bom pretexto pra papos menos pesados.
    Braço, Marião.

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