Em 15 e 16/07, representantes
dos “Brics” (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) se reuniram em
Fortaleza, Ceará. Anunciaram a criação de um banco de desenvolvimento para
financiar projetos do grupo e de outros “países em desenvolvimento”.
Mas a nova instituição já
surge a serviço de velhos objetivos. É o que diz a “Carta de Fortaleza”,
divulgada por movimentos populares de várias parte do mundo. Segundo o
documento, o modelo de desenvolvimento proposto é:
... baseado na extração
intensiva da natureza, na concentração do poder e da riqueza e na adaptação
jurídica e política das instituições aos interesses dos grandes mercados e no
agravamento das injustiças sociais e ambientais.
O novo banco tem sido considerado
uma forma de garantir proteção econômica e agilizar a ajuda financeira a seus
membros em caso de crise. Mas há um enorme desnível de poder interno ao grupo.
A China é a segunda economia
do mundo. Prestes a se tornar a primeira. Além disso, seu parque industrial
deixa o restante dos países do grupo no chinelo. Compra commodities de baixo
valor acumulado e vende tecnologia de ponta. Não à toa, a sede do novo banco
será em Xangai.
Há quem pense que a medida
contribuirá para afastar a influência das “potências imperialistas” ou fugir
dos riscos dos chamados “fundos abutres”. Pura ilusão. De um lado, o imperialismo esmagador do capital chinês. De outro lado, não há barreiras capazes de impedir
que papéis das dívidas públicas venham a cair em garras rapinantes, como aconteceu
com a Argentina.
No máximo, trocaríamos
abutres por urubus, mas isso não parece nada tranquilizador.
Leia também: Os imperialistas nanicos dos BRICS
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