“Marina Silva toma as rédeas
da campanha” disse o Globo, ontem. Referia-se ao fato de a ex-senadora ter
assumido o lugar de Eduardo Campos nas eleições presidenciais.
O exagero é evidente.
Marina Silva vai ter como vice o deputado federal Beto Albuquerque. O
parlamentar gaúcho encontrou no agronegócio grande parte dos doadores de sua
campanha.
O partido que Marina quer
construir chama-se Rede da Sustentabilidade. A sanha dos ruralistas por lucro
não combina com qualquer sustentabilidade, muito menos a ambiental.
Como disse Luciana Genro em
artigo no site da Carta Capital, Marina é a segunda via do PSDB. Por trás do
discurso pretensamente ambientalista, está a continuidade da política econômica
herdada dos tucanos e mantida pelos petistas no que ela tem de essencial.
O principal assessor
econômico de Marina é Eduardo Gianetti. Ele diz, por exemplo, que é preciso
trazer de volta o tripé “superávit primário, metas de inflação e câmbio
flutuante”. Mas essa trindade maldita está intacta há décadas, sugando enormes
recursos do orçamento público. Tirando dinheiro de serviços públicos como saúde
e educação.
Como diz Luciana, as
manifestações de junho mostraram que o PT já não consegue manter uma liderança
segura sobre os movimentos sociais. Marina seria uma boa alternativa, caso
Aécio venha a fracassar. Principalmente, porque aparenta manter certa independência.
Mas a coligação encabeçada
pela ex-senadora inclui Alckmin, em São Paulo, o petista Lindberg Farias, no
Rio, e o tucano Beto Richa, no Paraná. Uma candidatura com tais alianças jamais
dominará as rédeas. Vai somente se acomodar a velhos cabrestos.
Leia também: Eleições: no máximo,
mudarão as moscas
Acho difícil mudar o Brasil com economistas liberais dirigindo o programa de governo de Marina. Assim, os Dados continuarão rolando.
ResponderExcluirExatamente, Rodolfo.
ResponderExcluirAbraço