Doses maiores

28 de agosto de 2014

PGM, o partido de William Bonner e Patrícia Poeta

A mais recente candidata entrevistada pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, foi Marina Silva. William Bonner e Patrícia Poeta foram duros com ela. Marina teve dificuldades para responder de forma convincente ao pesado interrogatório.

Há quem veja nisso uma manobra da emissora para tentar diminuir o forte desempenho da ex-senadora nas pesquisas. Um modo de fortalecer Aécio Neves, queridinho da Globo. O problema é que o tucano foi questionado pela dupla de forma tão incisiva quanto Marina. O mesmo valendo para Dilma, é óbvio.

De fato, achar que a Globo apoiará abertamente alguma candidatura é um pouco ingênuo. Claro que a emissora mal consegue disfarçar suas preferências tucanas. Mas estamos falando do setor que é a vanguarda do Partido da Grande Mídia (PGM). Esta organização poderosa já não adere simplesmente às opções eleitorais mais fortes. Impõe-se a elas.

Trata-se de um partido, cujas alas correspondem aos grandes grupos empresariais de comunicação do País. E se elas concorrem entre si, disputando mercado, também têm fortes razões para se unir. A maior delas é impedir a democratização da mídia. Outra prioridade é manter o essencial da política econômica neoliberal.

A enorme influência ideológica do Partido da Grande Mídia faz dele um poderoso integrante da “coalizão” do grande capital. Bancos e grandes empresas fazem doações eleitorais. O PGM vai mais longe. Conta com generosos patrocínios, públicos e privados, para impor a agenda que interessa ao conjunto da classe dominante.

Circula uma piada na internete dizendo que a cada entrevista dos candidatos no Jornal Nacional, William Bonner sobe nas pesquisas. Não tem graça.

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