A mais recente candidata
entrevistada pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, foi Marina Silva. William
Bonner e Patrícia Poeta foram duros com ela. Marina teve dificuldades para
responder de forma convincente ao pesado interrogatório.
Há quem veja nisso uma
manobra da emissora para tentar diminuir o forte desempenho da ex-senadora nas
pesquisas. Um modo de fortalecer Aécio Neves, queridinho da Globo. O problema é
que o tucano foi questionado pela dupla de forma tão incisiva quanto Marina. O
mesmo valendo para Dilma, é óbvio.
De fato, achar que a Globo
apoiará abertamente alguma candidatura é um pouco ingênuo. Claro que a emissora
mal consegue disfarçar suas preferências tucanas. Mas estamos falando do setor
que é a vanguarda do Partido da Grande Mídia (PGM). Esta organização poderosa já
não adere simplesmente às opções eleitorais mais fortes. Impõe-se a elas.
Trata-se de um partido, cujas
alas correspondem aos grandes grupos empresariais de comunicação do País. E se
elas concorrem entre si, disputando mercado, também têm fortes razões para se
unir. A maior delas é impedir a democratização da mídia. Outra prioridade é manter
o essencial da política econômica neoliberal.
A enorme influência ideológica
do Partido da Grande Mídia faz dele um poderoso integrante da “coalizão” do
grande capital. Bancos e grandes empresas fazem doações eleitorais. O PGM vai
mais longe. Conta com generosos patrocínios, públicos e privados, para impor a
agenda que interessa ao conjunto da classe dominante.
Circula uma piada na
internete dizendo que a cada entrevista dos candidatos no Jornal Nacional,
William Bonner sobe nas pesquisas. Não tem graça.
Leia também: Sobre
Marina Silva, rédeas e cabrestos
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