O que teriam em comum a
organização terrorista Estado Islâmico e as facções dos presídios brasileiros,
além da preferência por degolar suas vítimas?
O portal Opera Mundi publicou
matéria de Charles Nisz com o título “Wikileaks: EUA armaram terror do ‘Estado
Islâmico’”. Segundo a reportagem, os Estados Unidos se recusaram a ajudar o
governo sírio a combater grupos radicais como o Estado Islâmico. Ao
governo norte-americano interessava fortalecer a organização para aumentar seu controle na região.
Fernando Caulyt publicou
“‘Criminalidade não se combate com prisão’, diz especialista” na Deutsche
Welle. Na entrevista, Camila Nunes Dias, pesquisadora do Núcleo de Estudos da
Violência, da USP, analisou a recente rebelião na penitenciária de Cascavel, no
Paraná. O motim, em que dois homens tiveram suas cabeças arrancadas, foi
organizado pelo PCC.
Camila responsabiliza o
encarceramento em massa por episódios como este. Os mais de meio milhão de
presos nas cadeias vivendo em péssimas condições fortalecem organizações como o
PCC. A prisão, diz ela, é o lugar “a partir de onde a criminalidade se articula
no Brasil”. Mas a professora afirma que as “facções, até certo ponto, auxiliam
o Estado ao exercerem o controle sobre a população carcerária”. Elas acabam
“substituindo o Estado na organização prisional”.
Assim, quando as “autoridades”
que estão dentro das prisões se desentendem com as autoridades que estão fora
delas, não surgem apenas rebeliões. As facções também enviam ordens para que a
violência nas ruas aumente.
Invertendo a pergunta
inicial: o que é comum aos Estados americano e brasileiro? Além de muitas outras coisas, o incentivo ao
terrorismo que corta cabeças.
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