Para alguns, a famosa
passagem bíblica em que Jesus expulsa os “vendilhões” do templo é a mais radical
dos evangelhos. A atitude atingiu a nobreza clerical que se beneficiava do aluguel
daquele espaço sagrado. Neste momento o líder dos judeus pobres teria atraído contra
si o ódio da classe dominante judia e pavimentado seu caminho para a
crucificação.
Mais de dois mil anos depois,
a grande maioria dos templos são palácios luxuosos disfarçados como igrejas e catedrais.
Seus pregadores, príncipes que envergam as roupas mais luxuosas. Devassos de
fala mansa, convivem com o poder temporal da forma mais promíscua. O Vaticano
tem até um banco, tão rico quanto corrupto.
Mas os cristãos protestantes não
ficam atrás. Principalmente as ramificações neopentecostais que adoram a
ostentação e abençoam o acúmulo de bens materiais. A evidência mais recente
disso é o Templo de Salomão, inaugurado pela Igreja Universal do Reino de Deus,
em São Paulo.
Três vezes maior que a Basílica
de Aparecida do Norte, a construção simboliza todo o poderio a que chegou a organização
de Edir Macedo. À inauguração compareceram a presidenta do País, o governador
paulista e o prefeito paulistano. Todos de olho no voto dos quase 2 milhões de
fiéis da igreja. Mas não só.
Adentrar o novo santuário
custa 45 reais e os dízimos serão recolhidos por uma moderna esteira rolante. Tamanho
potencial econômico não pode ser desprezado. Afinal, levantamento recente da
Justiça Eleitoral mostrou que entre 1994 e 2010, só o custo das eleições
presidenciais cresceu 85%, de R$ 190 milhões para R$ 352 milhões.
Um novo templo para vendilhões
antigos e recentes.
Muito bom, Sérgio. A foto de Dilma junto com Alckmin e Edir é pra ficar pra história. Muito emblemática. Parabéns pelo texto.
ResponderExcluirValeu, Leo.
ResponderExcluirBeijo