Bira Dantas |
“O Brasil à beira de uma nova
crise externa?”, pergunta editorial da revista Retrato do Brasil, publicado em
30/07. O texto traz alguns sinais muito preocupantes em relação à nossa situação
a econômica.
O artigo relaciona o saldo negativo
das transações correntes do País à ocorrência de crises econômicas. A primeira
delas teria sido a de 1982, quando o déficit ficou em 6%. Outra grave crise
ocorreu em 1998 e o saldo era 4,3% negativo. Atualmente, estamos com 3,47% de
déficit.
Em quase 12 anos de governos
petistas, diz o artigo, o rombo total ultrapassou os 300 bilhões de dólares. O
saldo foi positivo em mais de 40 bilhões de dólares entre 2005 e 2007. Em 2013,
caiu para 2,5 bilhões de dólares negativos.
A desindustrialização tem
papel importante nessa conta. Apenas com o aluguel de equipamentos como sondas
para exploração de petróleo, modernas retroescavadeiras e colheitadeiras, por
exemplo, o País vai gastar 19 bilhões de dólares. O valor equivale a quase oito
vezes o saldo comercial esperado para 2014.
Quanto às supostas enormes
reservas monetárias do País, elas podem desaparecer se houver um novo “grande
ajuste das finanças internacionais”. O volume atual está em 380 bilhões de
dólares. Mas entre julho e dezembro de 2008, momento agudo da crise mundial, deixaram
o País 347 bilhões. E de junho a setembro de 2011, foram embora 226 bilhões.
Se estes números servirem
como aviso, a resposta à pergunta do artigo é perigosamente afirmativa. A
oposição de direita dirá que é culpa de um governo intervencionista e
desastroso. Desastroso, sim, mas porque se manteve preso à lógica neoliberal.
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