Pawel Kuczynski - Soledad 2 |
Janaína
Brizante, doutora em neurociência pela USP, concedeu entrevista para a revista Época,
publicada em 13/07/2018. Ela começa dizendo que nosso cérebro:
...evoluiu
no meio do mato, sem geladeira, supermercado ou smartphone. Ele não está
acostumado a lidar com esse monte de opções. Lá atrás, seu cérebro não tinha de
lidar com a incerteza sobre a reação de outra pessoa quando se fala alguma
coisa no mundo virtual. O cérebro que hoje lida com isso é um cérebro que
evoluiu em um ambiente muito diferente da internet. O máximo de conexão virtual
era tomar um alucinógeno e tentar se conectar com os deuses. Era uma
experiência transcendental. Hoje, o mundo virtual está em todo lugar.
(...)
Cada vez que
um ratinho de laboratório aperta uma barrinha e recebe açúcar, libera um
neurotransmissor. Esse sistema de recompensa fica ativo. Instagram, WhatsApp
etc. são a mesma coisa. Quando você posta algo e checa a toda hora para ver se
alguém curtiu, é isso: barrinha, recompensa. E isso gera ansiedade, sofrimento,
pode até levar à depressão.
(...)
Existe uma
demanda por contato social físico em nossa espécie, e isso não pode ser substituído.
Temos uma geração de adolescentes que ficam muito em casa, porque têm os amigos
no WhatsApp o tempo todo. Muitas vezes o excesso de interação virtual pode ser
maléfica à saúde mental de um adolescente ou de uma criança. Nosso cérebro
tende a interpretar o que acontece no mundo virtual como real também. No final,
estamos falando das mesmas dores.
Hoje é Dia
do Amigo. Aproveite e envie esses toques para aqueles seus 1.628 amigos virtuais.
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