A
resenha sobre o livro “Behemoth: a History of the Factory and the Making of the
Modern World”, ou “Beemote: uma história da fábrica e a produção do mundo
moderno”, começa com o seguinte poema:
Eles me treinaram para me tornar dócil / Não sei
gritar ou me rebelar / nem como reclamar ou exigir / Aprendi apenas a sofrer de
exaustão silenciosamente
O
poema é de Xu Lizhi, um operário da Foxconn, em Shenzhen, China. Foi escrito
pouco antes de ele cometer suicídio, em 2014. O livro é de Joshua B Freeman. A resenha é de John Newsinger, publicada na revista britânica marxista “Socialist Review”.
Segundo
o artigo, uma das fábricas da Foxconn na cidade em que Xu Lizhi se matou tem
300 mil trabalhadores. É a maior planta industrial da história do capitalismo e
mostra como é falsa a ideia de que a classe operária é coisa do século passado.
Já o número de suicídios nas fábricas chinesas desmentem os que acham que a
crueldade da exploração capitalista tornou-se peça de museu.
Mas
há outra informação assustadora. Os fabricantes chineses estão começando a
transferir sua produção para países onde a mão-de-obra é mais barata. A Huajian
Shoes abriu uma fábrica de calçados na Etiópia, onde os salários são cerca de
US$ 30 por mês, em comparação com os US$ 560 pagos aos chineses. Inicialmente,
a unidade etíope vai receber a produção de calçados da linha “Ivanka Trump”,
filha de vocês sabem quem.
Na
tradição judaica, o Beemote é um monstro gigantesco e brutal. Na realidade capitalista
contemporânea, se desloca pelo mundo destruindo muitas vidas.
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e a China
Realmente, essa ideia do "fim da classe operária industrial" de modo geral não se apoia em dados em escala mundial. Arrisco dizer que numa perspectiva de números absolutos talvez esteja no maior quantitativo da história. E também não necessariamente ela precisaria ter peso relativo alto em relação a toda a classe trabalhadora para manter seu papel de sujeito histórico na revolução. Exemplos não faltam! Abraço
ResponderExcluirExatamente.
ExcluirAbraço!