Segundo
a biografia “Karl Marx”, de Francis Wheen, em agosto de 1850, os problemas
financeiros da família Marx eram tão graves que Jenny foi à Holanda implorar
ajuda a um tio de Karl.
Era
Lion Philips, rico empresário cujo sobrenome é famoso, hoje, por seus aparelhos
eletroeletrônicos. Consciente das atividades de seu sobrinho, a ajuda de
Philips limitou-se a um pequeno presente ao mais novo dos filhos do casal.
Diante
disso, só restou apelar novamente ao amigo de todas as horas. Engolindo sua enorme
repulsa ao mundo dos negócios, Engels foi trabalhar no escritório da tecelagem
de seu pai em Manchester.
De
seu gabinete, Engels agia como uma espécie de agente secreto por trás das
linhas inimigas. Enviava a Marx detalhes confidenciais do comércio de algodão,
observações especializadas sobre o estado dos mercados internacionais e,
principalmente, pequenas remessas de dinheiro desviado do caixa da empresa.
Manter
a regularidade dos envios sem levantar suspeitas, no entanto, significava, algumas
vezes, deixar a família Marx sem dinheiro. Em uma ocasião, escreveu: “Infelizmente
ainda não estou em condições de lhe enviar as duas libras que prometi, pois o
valor total no caixa é de apenas quatro libras. Infelizmente, será preciso
esperar um pouco”.
Mas
nem sempre Engels conseguia evitar atitudes estranhas. Aqueles com quem
convivia em Manchester não entendiam, por exemplo, seu desânimo quando a
economia ia bem e bom humor quando o contrário acontecia.
Na
verdade, Engels ansiava desesperadamente por uma grande crise econômica que
abrisse oportunidades revolucionárias. Não apenas para libertar grande parte da
humanidade de sua condição proletária, como a ele mesmo de seu calvário burguês.
Leia
também: Marx
participa de um programa do Monty Python
Ouvi falar do "bom burguês", casos raríssimos de burgueses que contribuíam com sua renda para causas revolucionárias. Acho que Engels é um caso único de burguês além do bem, tratava-se de um anjo exterminador.
ResponderExcluirBoa!!
Excluir