Nos anos 1980, quando
uma chapa concorrente em eleições sindicais trazia a palavra “renovação” em seu
nome era quase certo que fosse composta por pelegos. Alguns nomes novos serviam
de fachada para velhas práticas sindicais.
Na política eleitoral nunca
foi diferente. Mas, ultimamente, renovou-se a moda de apresentar nomes de fora
da vida partidária e da política tradicional como solução milagrosa.
Um recente estudo
feito pelos pesquisadores Eduardo Cavaliere e Otavio Miranda mostra que nada é
mais falso. Divulgado pela Folha em 17/06/2018, o levantamento mostra, por
exemplo, que 75% dos deputados federais não ultrapassam o segundo mandato.
A título de
comparação, em 2014, 53% dos deputados federais brasileiros foram reeleitos.
Nos Estados Unidos, foram 95%; Inglaterra, 90%; Espanha, 88% e Canadá, 72%.
Talvez, fosse
interessante acrescentar a esses dados, as conclusões de uma pesquisa da
Universidade de Brasília, divulgado em 03/02/2016 pelo portal “Congresso em
Foco”.
Segundo o estudo, metade
dos deputados federais eleitos em 2014 tinham parentes com atuação política. Além
disso, apenas 15% dos deputados com até 35 anos que chegaram à Câmara Federal não
receberam o “empurrãozinho de um sobrenome político”.
Ou seja, mesmo quando há
alguma renovação na política institucional, ela fica bastante restrita aos laços
sanguíneos de algumas poucas e poderosas famílias do País. São os mesmos clãs que,
há séculos, não hesitam em derramar o sangue de integrantes dos movimentos sociais
que tentam se opor a seus enormes privilégios.
Tudo isso mostra para as forças de esquerda que limitar sua participação política à via institucional
somente contribui para reciclar velhas estruturas de exploração e opressão.
É, o velho "cretinismo parlamentar" se mostrou falido há muito tempo.
ResponderExcluirAbraço
Bruno
Pois é!
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