Na biografia
“Karl Marx: Grandeza e ilusão”, Gareth Stedman Jones afirma que as mudanças revolucionárias esperadas por seu
biografado durante os anos 1860 não vieram.
Diante disso,
reforçou-se em Marx uma perspectiva revolucionária que nada tinha a ver com “um
evento apocalíptico”. Teria sido por isso que, no prefácio de 1867 para “O capital”, a revolução apareça como um processo já em curso na Inglaterra.
Também em 1867, em
janeiro, em um discurso de apoio à independência polonesa, Marx sugere que a
luta entre trabalhadores e capitalistas talvez fosse “menos feroz e sanguinária
do que as lutas entre o senhor feudal e o capitalista o foram na Inglaterra e
na França”.
Já no terceiro volume
de “O capital”, ele considera que o surgimento das empresas de sociedade
anônima possibilitam:
...uma
transição para a conversão de todas as funções no processo de reprodução que
ainda continuam ligadas à propriedade capitalista em meras funções de
produtores associados, em funções sociais.
No mesmo volume, o
cooperativismo aparece como uma espécie de:
...abolição
do modo de produção capitalista dentro do próprio modo de produção capitalista,
e consequentemente uma contradição que se dissolve a si mesma, que
evidentemente representa uma mera fase de transição para uma nova forma de
produção.
Infelizmente, tais
expectativas não se confirmaram. Duas guerras mundiais bastam para constatar o
quão sanguinária e feroz pode ser a dominação capitalista.
Quanto a transições
econômicas suaves rumo à socialização das riquezas, a enorme concentração
capitalista atual não permite muitas esperanças.
Mas também para Marx,
a esperança era a última a morrer. No caso, de morte matada pelo
capital.
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