O livro “Comunismo
para crianças”, de Bini Adamczak, tem um público-alvo muito definido. Mas sua
didática também pode ajudar os mais velhos. Vejamos um exemplo:
O
tabuleiro “ouija” consiste numa mesa com um copo emborcado no meio. As letras
do alfabeto estão escritas no tampo. Várias pessoas sentam em volta da mesa e
colocam o dedo no copo, que começa a se mover, lentamente, de uma letra para a
outra, formando palavras ou frases. As pessoas não percebem que são elas que
movem o copo, porque tremor individual de suas mãos não poderia provocar o
movimento sozinho. Em vez disso, pensam que se trata de um espírito enviando
alguma mensagem por meio delas. Esse “jogo” ilustra muito bem como a vida
funciona sob o capitalismo. (...) O copo se move apenas porque os participantes
agem juntos em vez de separadamente. Mas eles nem percebem que estão cooperando
(...). Se esse coletivo se reunisse conscientemente para pensar sobre o que
realmente pretendiam escrever, o resultado provavelmente seria muito diferente.
Pelo menos, não haveria incerteza sobre quem escreveu a mensagem. Mas do jeito
que foi feito, o texto parece ter sido escrito por uma mão invisível. E como
ninguém pode explicar como isso aconteceu, predomina a crença em um poder
sobrenatural, como um espírito ou espectro.
Na verdade, para Marx,
a história humana sempre foi assim. “Os homens fazem a história, mas não sabem
que a fazem”, disse ele. A grande diferença é que sob o capitalismo, já
teríamos condições concretas para desmascarar muito desse charlatanismo
místico. Incluindo a atual crença cega nas leis do mercado.
Infelizmente o charlatanismo mítico já sob o capitalismo trouxe novas ideologias, atualizadas a cada dia por novos conceitos como "empreendedorismo", "meritocracia" e excrecências afins.
ResponderExcluirAbraço
Bruno
Com certeza!
ExcluirValeu