Publicado na Revista Serrote,
o artigo “Cinco lições de história para antifascistas”, do historiador Mark
Bray, traz como primeira lição o fato de que
“as revoluções fascistas nunca tiveram sucesso. Os fascistas chegaram ao poder
por vias legais”.
Segundo o autor, essa
circunstância mostra as falhas da “fórmula liberal de oposição ao fascismo”,
cuja essência seria:
...a
crença no debate racional para se contrapor às ideias fascistas, na polícia
para se contrapor à violência fascista, e nas instituições republicanas para se
contrapor às tentativas fascistas de tomar o poder. Sem dúvida, essa fórmula
funcionou algumas vezes. Mas em outras tantas não funcionou.
E continua:
...a
história mostra que as instituições republicanas nem sempre foram uma barreira
ao fascismo. Pelo contrário, em diversas ocasiões, funcionaram como um tapete
vermelho. Quando as elites econômicas e políticas do entreguerras se sentiram
ameaçadas pela perspectiva da revolução, recorreram a figuras como Mussolini e
Hitler para esmagar impiedosamente as dissidências e proteger a propriedade
privada.
A
polícia, por sua vez, até prende e combate os fascistas, mas a história mostra
que, assim como os militares, ela é um dos grupos mais ávidos pela “restauração
da ordem”.
Por fim, ele conclui:
Historicamente,
contudo, o fascismo não precisou derrubar portões para ganhar acesso aos
centros do poder. Bastou convencer os porteiros a deixá-lo entrar.
Em outro trecho do mesmo artigo, Bray mostra como entre esses porteiros, também estiveram setores
da esquerda. Seja por menosprezarem a ameaça fascista, seja por confiarem em
autoridades que não hesitam em atropelar quaisquer leis e direitos sempre que
os interesses de ricos e poderosos são ameaçados.
Leia também:
Contra
fascistas ou fascistoides, a luta é uma só
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