“O
capitalismo corrói a saúde mental” é o título de reportagem de Manuel Yepe, publicada por America Latina en Movimiento em 20/08/2018.
A matéria
refere-se ao livro “The Inner Level” (O Nível Íntimo), dos professores de
epidemiologia Kate Pickett e Richard Wilkinson, lançado nos Estados Unidos.
Entre os
dados da publicação, um levantamento indica que em 28 países europeus a
desigualdade aumenta a ansiedade por manter ou elevar o status social em todas as
faixas de rendas.
As formas
mais frequentes de enfrentar essas ansiedades, dizem os autores, são:
...as
drogas, o álcool e o jogo, mediante a alimentação como reconfortante, ou por
meio do consumo de status e o consumismo conspícuo. Aqueles que vivem em
lugares mais desiguais são mais propensos a gastar dinheiro em automóveis caros
e a comprar bens de status; e são mais propensos a ter altos níveis de dívida
pessoal porque buscam demonstrar que não são “gente de segunda classe” ao
possuir “coisas de primeira classe”.
Ou seja, o “remédio”
a que se recorre é o mesmo que alimenta a epidemia que faz adoecer.
O estudo,
diz Yepe, demonstra que “a desigualdade devora o coração do mundo íntimo e aprofunda
as ansiedades sociais da grande maioria da população”.
Mas nada
disso é natural. Segundo Kate e Wilkinson, “nosso passado como caçadores-coletores
igualitários, cooperativos e solidários na comunidade primitiva” prova isso. Desmente
a falsa ideia de que somos, por natureza, competitivos, agressivos e
individualistas. Temos todas as aptidões psicológicas e sociais para viver de
maneira diferente. “A desigualdade não é inevitável”, concluem eles.
Inevitável, só a resistência, diríamos nós.
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