Em
12/08/2018, o Estadão reproduziu reportagem publicada pelo “The Economist” sobre o livro “Quebradeira: como uma década de crises financeiras mudou o
mundo”, ainda sem edição brasileira.
A obra do
historiador britânico Adam Tooze mostra que os principais mecanismos causadores
da crise mundial de 2008 continuam em pleno funcionamento.
Um trecho da
resenha afirma:
Ninguém que
dormisse em 2006 e despertasse para observar os mercados financeiros hoje teria
ideia de que houve uma crise. Os preços das ações nos EUA tiveram repetidamente
novas altas e as valorizações foram superadas apenas pelas épocas de bolha de
1929 e 2000. As taxas de juros pagas por governos e corporações para tomar
dinheiro emprestado são muito baixas, tomando-se por base padrões históricos.
Em termos globais, o volume da dívida em relação ao PIB é quase tão alto quanto
era antes da crise.
Outra
passagem utiliza a seguinte metáfora:
Os bancos
centrais interromperam um ataque cardíaco econômico global com uma cirurgia de
emergência, mas o paciente voltou aos velhos hábitos de fumar, beber demais e
se encher de comida gordurosa. Ele pode até parecer saudável, mas o próximo
ataque poderá ser mais violento, e as técnicas de ressurreição que funcionaram
uma década atrás podem não dar certo uma segunda vez.
Chris
Harman, no entanto, prefere outra imagem. Em seu livro “Capitalismo Zumbi”, de
2009, ele afirma que o capitalismo estaria “morto para o efeito de atingir
objetivos humanos e de responder a sentimentos humanos”, mas é “capaz de
exercer atividades causadoras de caos em seu próprio entorno”.
Em outras palavras, seja agonizando, seja morto, o sistema permanece fatal.
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