“O coronavírus já sofreu 33 mutações desde que apareceu na China em dezembro de 2019”, diz matéria divulgada pelo IHU-Online. Segundo a reportagem:
O coronavírus não é um só. Como outros vírus, continua sofrendo mutações, produzindo resultados diferentes como, por exemplo, a distinta gravidade da infecção entre os países afetados. Este é o resultado de uma pesquisa publicada recentemente por Li Lanjuan, um dos mais respeitados pesquisadores chineses.
Saber que já há tantas versões de um vírus que provoca tanto sofrimento pode ser desesperador. Mas o texto esclarece que a "palavra mutação geralmente assusta. Na realidade, esses tipos de mudanças são parte do ciclo natural de vida de qualquer organismo...”. Muitas dessas alterações, afirma, podem tornar o vírus menos letal.
Passando da biologia à história, a dominação de classe também sofreu muitas alterações durante a existência humana. A mais recente, e esperemos que a última, foi a que nos submeteu ao modo capitalista de exploração.
No Brasil, é a pior cepa desse vírus que está no poder. Mas caso ela pereça envenenada por sua própria virulência, há muitas outras capazes de cumprir papel semelhante à dela. Na ausência do vírus, permanece o câncer da desigualdade alimentado por uma dominação impiedosa e sangrenta.
Entre nós, essa praga já passou por muito mais que três dezenas de metamorfoses. Há, pelo menos, 520 anos, é assim. Mas o que vale para a virologia, vale para a luta de classes. Em muitos momentos no passado, os ferrados e humilhados souberam criar anticorpos transformando desespero em solidariedade combativa.
E, agora, mais do que nunca, ou é a peste ou somos nós.
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Bom, muito bom.
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