Comentando a crise causada pelo coronavírus-19, o magnata Abílio Diniz afirmou que “em momentos de crise somos todos keynesianos". Ele referia-se a certas políticas econômicas que defendem que o Estado gaste ao máximo para resgatar uma economia em crise.
O keynesianismo deve seu nome ao economista britânico John M. Keynes. Costuma ser considerado o extremo oposto do neoliberalismo, pretenso inimigo do desperdício dos recursos públicos. Mas, agora, mesmo os mais convictos neoliberais defendem o contrário.
Óbvio. Afinal, diante das graves ameaças aos lucros do grande capital, os recursos públicos devem vir em seu socorro à luz do dia. Já não é preciso esconder os gordos subsídios que nunca deixaram de chegar a poucas e poderosas corporações.
Mas bem antes de Keynes criar sua doutrina, Roosevelt já promovia uma série de programas governamentais para recuperar a economia estadunidense. Era o “New Deal”, ou “Novo Acordo”, criado em 1933, em resposta à Crise de 1929.
Realmente a recuperação econômica norte-americana no período posterior foi impressionante. Mas são muitas as evidências de que esse sucesso se deveu muito mais à Segunda Guerra Mundial que à intervenção estatal promovida por Roosevelt.
Foi a barbárie que salvou o capitalismo, às custas de muitos milhões de vidas perdidas na guerra. E é assim que funciona o capitalismo. Quando sobram recursos econômicos e desempregados, o remédio é queimar pessoas e instalações “ociosas”.
Vale qualquer oportunidade para manter girando essa máquina que retira lucro até de morte e doenças. Sai neoliberalismo, entra keynesianismo. A economia mundial estava no buraco nos anos 1930. Veio a guerra. O mesmo vinha acontecendo agora. Veio a peste.
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Chega a me irritar como as pessoas não conseguem entender quem é o dono desse estado capitalista em que vivemos. E ficam criticando a esquerda dizendo que ela é estatal. Aí aparece um burguês qualquer, como esse Abílio Diniz, para dizer claramente de quem é esse estado.
ResponderExcluirExatamente o q pensei, Mário Alberto!
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